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Maratona do Rio

Este grande evento esportivo reuniu pessoas de todo o mundo interessadas não apenas em correr, mas também em curtir a Cidade Maravilhosa. O resultado foi um show de público e de atletas, emoldurados por uma linda paisagem a cada passada.

Maratona do Rio
RECORDISTA EM PARTICIPANTES E BELEZA NATURAL

Amanda Aparecida de Oliveira, a brasileira mais bem colocada na Maratona do Rio, chegando em segundo lugar nos 42 km

Em 2008, quando os empresários e maratonistas João Traven e Duda Magalhães se uniram para revitalizar uma maratona pelas ruas do Rio – que já acontecia sem periodicidade desde 1979, levando o nome de seus patrocinadores –, contaram com cerca de 2 mil inscritos e, na torcida ao longo do trajeto, “meia dúzia” de pessoas. De lá para cá, a Maratona do Rio só fez crescer. Em sua 23a edição, que aconteceu entre 18 e 22 de junho, bateu recordes: 60 mil corredores inscritos – 33% a mais em comparação ao ano passado – e um público estimado em mais de 130 mil pessoas passando pela Casa Maratona ao longo do evento.

Nos cinco dias da maior corrida de rua da América Latina – marcada, propositalmente, no feriado de Corpus Christi –, atletas de elite e amadores percorreram 5, 10, 21 ou 42 km. E o mais incrível: apenas 15% deles eram moradores do município do Rio de Janeiro. “Em 2017, resolvemos que a prova seria sempre nesse feriado, e foi um golaço. Se hoje temos 85% de inscritos fora do Rio, isso se deve a essa decisão. O feriado nacional permite que as pessoas se programem e ainda tragam as famílias”, comenta Duda Magalhães, que, além de ser um dos responsáveis pela Maratona do Rio, é presidente da Dream Factory, empresa de entretenimento ao vivo. A advogada Marivone Brandão, de Manaus, foi uma das participantes que uniu o esporte ao turismo. E ficou encantada: “O percurso é muito bom, a prova é muito boa e o clima também. Essa terra é maravilhosa”.

Com toda a certeza, esse grande evento esportivo movimenta muito a cidade. O reflexo se viu nos hotéis, restaurantes e pontos turísticos lotados. Isso, claro, traz um impacto econômico muito positivo ao Rio. Na edição anterior, a economia local foi impulsionada em R$ 355 milhões e houve a geração de 2,8 mil empregos diretos e indiretos, segundo o Instituto Fecomércio de Pesquisa. Até o fechamento desta edição, ainda não havia dados atualizados, mas a expectativa era de um número ainda maior, já que a quantidade de inscritos também foi superior a 2024. “Isso é incrível, não é mesmo? Como o nosso palco é a própria cidade, ela também se beneficia muito”, comemora Duda.E, nesse aspecto, o empresário enaltece ainda mais a Maratona: “O Rio de Janeiro não é uma cidade qualquer para se correr. É ‘a’ cidade! Não tem melhor lugar no mundo para se fazer a prova tendo esse pano de fundo constante. Em qualquer quilômetro que você esteja, vislumbra e contempla um ponto turístico, uma paisagem”. Duda está falando dos cartões postais ao longo do trajeto, como as praias do Leblon, de Ipanema, de Copacabana, de Botafogo e do Flamengo, além do visual do Corcovado e Pão de Açúcar. Até o Centro histórico da cidade conquista os atletas-turistas, que podem ver pelo caminho ícones da arquitetura carioca, como a igreja da Candelária, o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Museu de Arte do Rio (MAR). O bombeiro militar Anderson Perez, do Rio Grande do Sul, que o diga: “Aqui a gente corre feliz, curtindo realmente as paisagens. E ainda tem essa vibe da galera, que puxa a gente a seguir firme e tentar fazer sempre o nosso melhor”.

A queniana Winnie Jepkosgei Kimutai venceu a prova dos 21 km

Quem também enalteceu a vibração da torcida foi o engenheiro Fernando Polion: “A energia da prova é indescritível. A torcida o tempo todo em Copacabana, no Aterro, no Centro… Fez toda a diferença! Eu consegui atingir o meu objetivo, o meu tempo, porque as pessoas não deixam a gente cair. E a vista maravilhosa também já é um diferencial. Valeu muito a pena. A Maratona do Rio é sensacional”.

O saxofonista George Israel empolga os participantes e torcedores

MUITO ALÉM DA COMPETIÇÃO
Quem acha que a Maratona é só corrida está muito enganado. “É muito mais do que isso. Tem entretenimento e música no percurso. Tudo totalmente integrado”, revela João Traven, sócio-diretor da Spiridon Eventos, uma das organizadoras da Maratona do Rio. O maratonista veterano lembra que na Marina da Glória, que é o ponto de partida e chegada das provas, foram montados os espaços Expo Maratona e palco Maratona com Arte, onde os participantes e suas famílias puderam curtir muitas atividades, como shows e aulas de ritmo.
Tamanha infraestrutura se deve não apenas aos esforços desses dois grandes empresários, como também aos patrocinadores que acreditam no evento. Nesta edição, a Maratona do Rio contou com 42 marcas envolvidas – novo recorde em relação a 2024. “A gente sempre teve grandes parceiros, mas, nesse momento, estamos falando de marcas líderes em seus segmentos. Elas estão investindo na construção de uma visão de futuro do que desejamos alcançar até 2030”, adianta João.

E é possível dar spoiler do que vem por aí? Sim! O empresário está se referindo à ampliação, ainda mais, desse evento esportivo. “Tivemos uma demanda muito grande este ano. Havia mais de 400 mil pessoas de todo o mundo na fila para comprar ingressos”, comenta. João explica que esse número é até pequeno, em comparação, por exemplo, à Maratona de Londres, em que mais de 1 milhão de pessoas tentam garantir sua vaga para correr.
As chances não são pequenas. Afinal, a Maratona do Rio, este ano, foi reconhecida como a 11a maratona mais forte do mundo pelo estudo Marathons 50 2025, da consultoria britânica Brand Finance. A prova superou maratonas icônicas, como Tóquio e Chicago, e é a única brasileira entre as 15 primeiras colocadas. Duda explica a importância disso: “Essa pesquisa reuniu 50 maratonas do mundo. E a nossa, se comparada a várias outras, ainda é uma criança. A de Boston tem 130 anos. Então, ficamos muito surpresos e felizes. Mas essa é uma construção que estamos fazendo de longo prazo. E sabemos que ainda temos muita coisa para construir e evoluir”. Que venha, então, a maturidade e a tão sonhada colocação entre as Majors!

 

Números que impressionam!

 

 

 

 

“A nossa visão de futuro é transformar a Maratona do Rio em parte do Circuito Mundial de Majors. Existe a World Marathon Major, que é uma organização privada composta pelos organizadores de um seleto grupo de provas, que acontecem em Nova York, Chicago, Boston, Londres, Berlim, Tóquio e Sidney, e Cape Town e Xangai estão em processo de certificação para entrar. O nosso desejo é que essa organização crie uma décima vaga e que a América Latina seja representada por nós.”

Duda Magalhães, empresário e maratonista

“Foi o hub do evento, com tudo 100% gratuito. A Marina da Glória, com o Pão de Açúcar atrás, é a imagem do Rio que queremos passar para o mundo.”

João Traven, empresário e maratonista

 

 

Pedro Guimarães é diretor-presidente da APRESENTA – Associação dos Promotores de Eventos do Setor de Entretenimento e Afins. Foi secretário de Turismo da prefeitura e subsecretário de Esportes e Eventos do estado do Rio de Janeiro. Foi CEO da Marina da Glória e é empresário de diversos segmentos.

 

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