Jurubeba: onde a culinária popular encontra a alta gastronomia

O circuito carioca de gastronomia ganhou mais uma novidade no universo dos botecos. Depois de renomados chefs cariocas, como Thomas Troisgros, Pedro Artagão e Bruno Katz, se aventurarem nesse cenário, agora é a vez do chef Elia Schramm mergulhar na culinária popular.

O Boteco Jurubeba, localizado em Botafogo, nasceu em janeiro de 2025, tornando-se um bar que une a autenticidade do botequim carioca à criatividade gastronômica. A ideia do local surgiu de uma conversa entre os sócios Elia Schramm e Flávio Gomes. Antes mesmo do primogênito Babbo Osteria, a dupla já sonhava em abrir um bar — no melhor estilo “boteco” — para serem “clientes do próprio negócio”.

O Jurubeba chegou para ser um lugar de comida gostosa, muito bem temperada, chope gelado, ambiente divertido e serviço amigo. O nome, inspirado em uma planta nobre do sertão, que simboliza resistência e autenticidade, remete às raízes nordestinas de Flávio, nascido no Rio Grande do Norte, e à busca de Elia por uma narrativa pessoal e verdadeira em cada detalhe do projeto.

A casa de esquina na Rua Real Grandeza ganhou paredes brancas com detalhes em verde e toldos na mesma cor. Como todo bom boteco, claro, há mesas na calçada e uma decoração interna cheia de simbologias e referências ao sincretismo brasileiro. Tem São Jorge, vinis, flâmula do Flamengo, o Ofá de Oxóssi e itens garimpados pelo chef e pela equipe. O pano de fundo musical não poderia ser outro: samba e muita música brasileira, com faixas escolhidas a dedo pelo chef. Mais do que um bar, o Jurubeba é um refúgio onde histórias se encontram e a tradição se renova.

No boteco, a comida realmente é um capítulo à parte. Elia se inspira na essência da cozinha brasileira, com um carinho especial pela culinária mineira — que, surpreendentemente, tem muito em comum com as técnicas da cozinha regional francesa, um toque que Schramm trouxe de sua trajetória gastronômica. Para comandar a cozinha, Elia convidou seu amigo, o chef Fabiano Soares, que trabalhou 12 anos no grupo Troisgros e também foi chef do Ôia, Bisou Bisou e Magnólia.

Menu Jurubeba

O menu não foge da raiz e é cheio de refogados. A começar pelo Mocotó do Jurubeba (R$ 21), feito no caldo com feijão branco, paio, farofinha e cheiro-verde; tem a Moelinha Ferrugem (R$ 38), de galinha na pressão com molho ferrugem e muita salsinha; e o Maria Bonita & Lampião (R$ 37), queijo coalho grelhado na chapa com melado picante e crocante de caju. Também há homenagem à famosa Batata de Marechal (R$ 33), bem temperada, com linguiça acebolada, alho e um ovo estalado por cima. Da sua pegada asiática, veio o KFP (Korean Fried Passaralho) (R$ 42), frango frito à moda coreana com alho, gergelim e molho agridoce levemente picante.

Entre os petiscos, também não ficam de fora clássicos como feijão amigo (R$ 13), pão de alho (R$ 14), pastelzinho de queijo com cebola caramelizada (R$ 19 – 2 unidades) e pastelzinho de camarão com catupiry (R$ 24 – 2 unidades).

Como bom boteco, os sanduíches chegam bem recheados, em duas versões: o Copacabronx (R$ 35), de pernil com queijo prato e picles de abacaxi no pão francês; e o Oswaldinho (R$ 39), com rosbife, queijo prato, manteiga de alho e pão francês. Para a sobremesa os favoritos: Pudim de Leite (R$ 17) e Bolo de Coco (R$ 25), bem molhadinho e gelado.

Tudo isso pode ser acompanhado pelo delicioso chope Brahma, gelado e bem tirado. A carta de drinques autorais, assinada pela bartender Paula Diniz (Babbo), veio cheia de brasilidades. O Flor de Jurubeba (R$ 28) leva jurubeba, hibisco, baunilha e espumante de caxiri; já o Galo Jurubeba (R$ 33) é feito com cachaça Jurubeba, cachaça envelhecida em pau-brasil, vermute de jurubeba e redução de cerveja dunkel. E claro, não podiam faltar as batidas, em dois tamanhos: 50 ml (R$ 8) e 150 ml (R$ 13), nos sabores cocada, paçoca, curau de milho e maracujá.

De segunda a sexta, exceto às terças (folga da equipe), o Jurubeba abre no almoço com menu do dia, com receitas bem servidas e bem temperadas. Semanalmente são oferecidas quatro sugestões: PF de Frango, PF de Carne, Arroz de Pernil e Peixe à Milanesa, além de Nhoque à Milanesa.

Vale a dica!

Serviço:  

Local: Rua Real Grandeza, 196 – Botafogo  

Horários: Segunda: 12h às 00h  / Terça: fechado /Quarta a sábado: 12h às 00h / Domingo: 12h às 23h 

Instagram @jurubeba.bar 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Comida di Boteco comemora 25 anos nesta edição

Comida di Boteco: O maior concurso de botecos está de volta ao circuito fluminense.

O Comida di Buteco, que comemora 25 anos de tradição em 2025, vai até 11 de maio, com 133 botecos participantes. O evento reúne bares de diferentes bairros da cidade e não é um festival, e sim um concurso.

Os clientes têm a oportunidade de visitar os estabelecimentos, provar os petiscos e dar suas notas. A avaliação é feita com base em quatro critérios: sabor do petisco, higiene, atendimento e temperatura da bebida.

O júri e o público têm peso igual na escolha. O tema deste ano é “Paixão pelo Boteco”.

Cada petisco custa R$ 35. Os melhores bares serão escolhidos por região — capital, Niterói e Baixada Fluminense. No ano passado, o grande vencedor foi o Bar da Peixaria Divina Providência, que conquistou o 1º lugar nacional.

Confira a lista dos bares participantes no site oficial: 

https://comidadibuteco.com.br

 

Bar Cachambeer | costela no bafo assado com ervas finas, porquinho embreagado e cubos de suculenta pancetta, servido com farofa de bacon e alho torrado
Bar Capitão do Mar | Bacalhau em lascas coberto com molho branco com bacon

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nolita Roastery: O mundo encantado do café 

Supernome da gastronomia carioca, o Nolita Roastery é um suntuoso projeto de 3.500 m², localizado na Barra da Tijuca, que reúne diversas operações simultâneas: O Bar, na área externa; o Milkbar, uma confeitaria com mais de 50 itens espetaculares, como tortas, bolos, Nolishakes e doces clássicos; o Roastery, um espaço totalmente dedicado ao café; o Restaurante Nolita NY, com menu ítalo-americano que inclui os Girarrotos para assados especiais e capacidade para 400 pessoas; e a Fantástica Fábrica de Doces Nolita, um espaço divertido e colorido no melhor estilo Willy Wonka, onde é possível observar toda a produção de doces — lúdico, surpreendente e delicioso!

Um verdadeiro parque de diversões gastronômico, o Nolita Roastery é totalmente dedicado ao universo do café, com torrefação própria, estufa indoor e até uma máquina exclusiva feita para o Papa. O espaço recebeu um investimento de R$ 24 milhões.

As máquinas de café são um capítulo à parte, um espetáculo por si só. Destaque para a máquina de expresso Victoria Arduino Venus, feita especialmente para o Papa Bento XVI. Existem apenas 100 no mundo — e a de número 12 pode ser vista no Nolita Roastery.

Outra experiência imperdível é o Cappuccino Nolita, preparado em uma máquina de tecnologia avançada. Cada detalhe importa: o café é servido em uma xícara pré-aquecida, polvilhado com chocolate e canela, e recebe leite super cremoso. O toque final é uma espuma onde a foto do cliente ou o desenho escolhido são impressos!

Agora, em 2025, a casa lança o Coffee Experience: uma imersão sensorial para os amantes do café. Do grão à xícara, tudo é pensado para encantar os sentidos. Durante a visita, é possível conhecer todo o processo de produção, aprender sobre a torra e descobrir os segredos por trás de uma xícara perfeita, sempre guiados por um especialista da casa. Os apaixonados por café acompanham de perto os métodos de preparo, técnicas de extração e participam de uma degustação especial com o Café Nolita (R$ 148) — um blend de grãos selecionados que é a marca registrada da casa.

O café se tornou um ponto focal para o Nolita e todo o Grupo BestFork Experience. Segundo a coordenadora de marketing do grupo, Erica Cota, os grãos selecionados são comprados ainda verdes de algumas fazendas premiadas, com pontuação acima de 85 pontos. “A torrefação é feita aqui mesmo na casa. Nós criamos um blend, uma mistura de grãos. A partir daí, surgem os três tipos de café: Anna – torra clara; Borghese – torra média; e Mackenzie – torra escura.”

Já o Coffee Manager da casa, Rodolfo Teichner, destaca que o Brasil é o maior produtor de café de todos os tipos. Segundo ele, essa variedade permite criar blends que tornam a bebida mais agradável ao paladar brasileiro — especialmente para que não seja necessário adicionar açúcar. “O café não pode ser muito amargo, nem muito doce, nem muito ácido. O brasileiro não gosta de café ácido e amargo”, afirma.

O mega projeto foi inspirado em uma das maiores roasteries do mundo, localizada em Milão. No ambiente Roastery, é onde a mágica acontece: a casa tem capacidade para torrar meia tonelada de grãos de café por dia. Por lá, a experiência é completa — o cliente observa a torrefação ao vivo e acompanha o café sendo transportado por um sistema de tubulação aparente, que desemboca diretamente nas moendas do bar e, eventualmente, nas máquinas de café expresso ou em pacotes que serão comercializados. É praticamente um sistema industrial dentro de um shopping center.

Com uma proposta ousada, imersiva e cheia de sabor, o Nolita Roastery vai muito além de um simples café ou restaurante: é uma verdadeira viagem sensorial que celebra a arte de comer e beber bem. Do grão à confeitaria, da tecnologia à tradição, tudo é pensado para surpreender. Seja para os amantes de café, os apaixonados por doces ou quem busca uma experiência única no Rio, o Nolita é o destino certo. Porque aqui, cada detalhe importa — e cada visita é inesquecível. 

 

Capuccino Nolita

 

 

 

 

 

 

Serviço:

Horários de Funcionamento: Segunda a domingo das 10h às 23h

Reservas: 21 99512.5044

Endereço: New York City Center – Av. das Américas 5000

[email protected]

 

Do sushi à imersão cultural japonesa: os restaurantes Haru Ichiban e Umai dão um show de excelência.

Prestes a completar 11 anos, o Haru Ichiban, localizado em Copacabana, nasceu como um sushi bar e se transformou em um complexo gastronômico sob o comando do talentoso chef e restaurateur Menandro Rodrigues. O local, um dos melhores restaurantes japoneses do Brasil, é reconhecido pelo Guia Michelin e pelo 50 Best Discovery 2025, sendo referência em excelência.

Além desses títulos, o restaurante já foi bicampeão da Veja Comer & Beber em 2022 e 2023, eleito o melhor japonês do Rio Gastronomia em 2023 e ficou entre os 100 melhores restaurantes do Brasil no ranking Exame 2024.

“O Haru é um restaurante super acolhedor e muito inclusivo, que dá ao público a oportunidade de escolher o tipo de experiência que deseja. É possível saborear peixes incríveis e técnicas refinadas, sempre respeitando a sazonalidade dos ingredientes e, principalmente, a tradição japonesa. Mas também é possível vir ao restaurante para apreciar opções mais comerciais. Tudo depende da intenção com que se chega aqui.” – diz Menandro

Sem sócios nem investidores, o sommelier de formação também acumula a função de chef executivo, já que, desde a pesca até o mais delicado prato que chega à mesa ou ao balcão, tudo passa pelo seu crivo apurado.

O restaurateur obstinado está em constante evolução como profissional, por meio de cursos de certificação nacionais e internacionais, além de viagens frequentes, a fim de ampliar sua visão sobre hospitalidade e excelência em gastronomia.
Do sushi bar (no térreo, em área pet friendly) à sobreloja (um elegante restaurante), o menu é o mesmo — e um espetáculo à parte.

Da ala quente, o bun de porco crocante (R$ 29) e as gyozas de porco ou cogumelos (R$ 54 ou R$ 56, cinco unidades) fazem sucesso. O atum bluefin tem um setor próprio, com peças especiais e os melhores cortes do peixe, oferecendo opções como duplas de akami (R$ 54), chutoro (R$ 69) e otoro (R$ 83). O combinado Hitori (R$ 179, 19 peças) é a melhor forma de experimentar o que há de mais fresco em peixes e frutos do mar no dia.

Haru Ichiban e Umai

Haru Ichiban

O Haru Ichiban também é reconhecido como o restaurante com a carta de sakês mais completa do Brasil, com menção no Guia Michelin. A casa conta ainda com a máquina Wine Emotion, que oferece oito rótulos de sakês premium e permite a degustação em taça, mantendo o frescor e todas as características da bebida.

E para quem busca uma experiência ainda mais exclusiva, no mesmo segundo andar fica o Umai. Em 2024, Menandro repaginou a sala omakase do Haru (pioneira no Rio de Janeiro, inaugurada em 2021), que ganhou marca própria e se tornou sinônimo de excelência e sofisticação no país.

Umai

Com equipe e identidade próprias, o Umai (que significa “habilidoso” em japonês) recebe até 20 pessoas por noite, com serviço exclusivo mediante reserva (R$ 490 por pessoa). São 16 etapas que giram em torno de peixes frescos da nossa costa, como perna-de-moça, xerelete e piraúna, sempre respeitando a sazonalidade e com baixo impacto ambiental. Tanto o shoyu quanto todos os dashi (caldos) são produzidos na própria casa, e os demais ingredientes são majoritariamente locais e provenientes de pequenos produtores, como o mel de abelhas nativas e frutas brasileiras da estação.

Mas o empreendedor Menandro Rodrigues não para por aí. Ainda no primeiro semestre de 2025, o terceiro andar do prédio onde funcionam o Haru e o Umai ganhará mais uma opção exclusiva sob seu comando. Esse novo conceito, nascido no Japão, é um convite à imersão musical. Diferente dos bares tradicionais, onde o som é apenas um complemento, o 111 Listening Bar colocará a música no centro de uma experiência autêntica e intimista, com curadoria de DJs renomados. A proposta contará ainda com uma carta de coquetéis sofisticada, sob o comando do mixologista Leonardo Santos, e um cardápio distinto do que já é conhecido pelos clientes do Haru e do Umai.

Vale a pena conferir o complexo que, além da excelência gastronômica, oferece uma verdadeira viagem pela cultura oriental.

 

Haru Ichiban
endereço: Rua Raimundo Corrêa 111, Copacabana
Terça a domingo, das 12h às 16h e das 18h às 23h
Reserva: +55 21 99677-5745

UMAI
endereço: Rua Raimundo Corrêa 111, Copacabana
Terça a domingo, 19h ou 21h30 (duas horas de serviço por noite)
Reservas: +55 21 96883-5146.

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O Churrasco Fogo de Chão em pelo funcionamento com todos os seus utensílios. As carnes ficam estrategicamente posicionadas, a uma distância que permite o cozimento lento, mantendo a suculência.

Os diferentes tipos de churrasco fazem parte da culinária brasileira, e o fogo de chão é o mais comum entre os gaúchos. No município de Areal, no Estado do Rio de Janeiro, existe um lugar feito especialmente para criar memórias baseadas nessa experiência gastronômica. O Sunset Fogo de Chão nasceu da vontade de compartilhar a simplicidade e a riqueza dessa técnica tradicional em um ambiente que convida à conexão entre gastronomia, natureza e a tradição gaúcha.

Segundo a idealizadora do espaço, Flávia Arari-pe, o Sunset Fogo de Chão surgiu por acaso, a partir de um churrasco de família no alto de um monte durante uma noite de lua cheia. A ideia deu tão certo que os eventos foram se repetindo e se profissionalizando.

O assador Douglas Hertal no preparo da costela

Hoje, o local vem atraindo pessoas de várias regiões, não só com a finalidade de desfrutar de uma boa carne, mas também de um ambiente agradável e charmoso, transformando momentos simples em confraternizações inesquecíveis. Para participar do Sunset, a lista de espera é grande e pode levar até dois meses para conseguir uma reserva. Os eventos acontecem sempre no final da tarde e o Celeiro abre suas portas às 16h. Logo que os clientes chegam ao local já se deparam com uma vista panorâmica do vale, iniciando o programa com um belíssimo pôr do sol e encerrando a noite com o jantar e muita música.

O espaço rústico e acolhedor do Celeiro Monte Alto, com sua vista panorâmica. O cenário é deslumbrante, cercado pela natureza.

“Nós, gaúchos, utilizamos mais o pernil de cordeiro e o leitão, enquanto aqui são mais comuns a picanha e o frango. O tempero se resume exclusivamente ao sal grosso, podendo ser complementado com um suco cítrico, como limão ou laranja, nas carnes de porco, o que dá um toque especial e perfeito.”

Aline Marques (assadora e chef do Celeiro)

O pernil de cordeiro, assados lentamente.

Mas, para preparar uma carne no típico fogo de chão gaúcho, a tarefa não é tão simples. Reproduzir essa técnica exige fogo, carne, espeto, sal, um chão apropriado e, claro, muita paciência e dedicação. O tempo de cocção varia de acordo com o corte e a espessura da peça. O processo pode demorar até 12 horas, mas o resultado é memorável. A carne, nesse processo, fica mais suculenta, com um sabor natural realçado, além do toque defumado e da crocância externa que tira o fôlego de qualquer carnívoro.

Fomos desvendar o passo a passo desse preparo com o casal de assadores e chefs do Celeiro, Douglas Hertal e Aline Marques, que admitem que, por trás desse sucesso, há alguns segredinhos importantes a serem levados em conta no preparo.

O leitão à pururuca finalizado depois de 8 horas de cozimento na brasa

Douglas faz questão de destacar a importância da montagem do fogo. A mistura do carvão com a madeira de eucalipto vermelho é fundamental para realçar o sabor defumado do churrasco. Além disso, ele afirma que, na hora de assar, a temperatura do fogo e a posição das carnes na churrasqueira também influenciam no bom resultado.

“Começamos o primeiro passo do processo colocando as costelas no espeto e deixando o lado do osso virado para o fogo, assim, a carne fica mais saborosa. Esse tempo de cocção dura cerca de sete horas, e, faltando uma hora para servirmos, a peça é virada no sentido oposto, garantindo que a carne fique suculenta e não resseque”, afirma Douglas. Quanto à temperatura ideal do fogo, ele rapidamente responde: “É fácil! Basta fazer o teste: quando aproximo meu corpo e não me queima, já está bom!”.

Outro fator importante a ser observado é o tipo de carne utilizado. Para Aline, cortes como costela, leitão e pernil de cordeiro são ideais para manter a suculência. Ela também diferencia o churrasco do Sul e o do Rio de Janeiro, afirmando que a distinção vai além do método de assar e inclui os tipos de carne usados.

Além dos espetos e grelhas, a estação de fogo de chão apresenta um varal — um acessório diferenciado que auxilia no cozimento de acompanhamentos como legumes, frutas e linguiças. Os alimentos são pendurados e assam por horas, em um processo lento de defumação. As dicas dos chefs para acompanhar as carnes vão desde batatinhas com alecrim e azeite até maçã e abacaxi assados. Aline ressalta que, durante todo o processo, a fumaça é um elemento importantíssimo, sem a qual o evento não seria um verdadeiro churrasco gaúcho.

A estrela do churrasco, a costela de boi assando no fogo de chão, dando ênfase no derretimento da gordura.

As peças de costela são colocadas com a parte dos ossos voltada para o fogo, somente na última hora são viradas do outro lado, garantindo a suculência

A jornalista Germana Puppin acompanhada da assadora e chef Aline Marques, com seu traje típico gaúcho

Quando o final da noite se aproxima, o evento encerra com chave de ouro: a hora da degustação. Depois de todo o processo, a primeira mordida é um momento único. É ali que as pessoas entendem o porquê de tanta dedicação. A grande estrela do churrasco, a costela assada por oito horas, se desmancha na boca, suculenta por dentro e crocante por fora.

Afinal, é no tempo que está o grande segredo. Essa confraternização em torno do fogo proporciona não só uma deliciosa refeição, mas também transforma, com sua rusticidade, o ambiente em um lugar sofisticado e acolhedor, tornando-se uma atração imperdível para os amantes da gastronomia.