Fórum Rio Empreendedor aponta soluções e oportunidades para o desenvolvimento do estado
Evento reuniu empresários, autoridades e especialistas
A terceira edição do Fórum Rio Empreendedor, promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), reuniu poder público, empresários e a sociedade para debater o “Rio que queremos”, tema do evento este ano e que contou com a participação de cerca de 1.200 pessoas na Casa do Empresário.
“O Rio que queremos é um Rio integrado”. Essa foi a tônica do primeiro dia do fórum. Sob diferentes enfoques — da mobilidade à segurança, da cultura à inovação —, o evento revelou um consenso: o desenvolvimento fluminense depende da capacidade de diálogo e cooperação entre diversos setores.

A abertura contou com as participações do presidente da ACRJ, Josier Vilar, moderando o painel, Antonio Vilela (Firjan), secretário de Estado Nicola Miccione, secretário municipal Osmar Lima, Guilherme Mercês (Fecomércio RJ), Robson Carneiro (Facerj e Sebrae Rio). O tom foi de otimismo e realismo. O presidente Josier Vilar ressaltou que o Rio precisa estar conectado ao seu tempo. “A cidade quer estar alinhada à tecnologia e ser um lugar atrativo para se empreender, se visitar e se investir”, afirmou.
O secretário da Casa Civil do Governo do Estado, Nicola Miccione, por sua vez, destacou o avanço da desburocratização e o fortalecimento do diálogo com o setor produtivo. “O Rio de Janeiro sempre vai ter problemas, e precisamos solucioná-los. Olho mais o copo meio cheio do que meio vazio: o Rio melhorou muito nos últimos anos, mas ainda tem desafios”.
A segurança pública, tema inevitável quando se fala em empreender no estado, permeou todas as discussões do dia. O secretário de Estado de Segurança, Victor Carvalho, participou do painel mediado pelo delegado da Polícia Federal, Marcelo Itagiba, com as participações do consultor Camilo D’ornellas, do coordenador geral do Disque Denúncia., Renato Almeida, e do vice-presidente da ACRJ e presidente da Fetranscarga, Eduardo Rebuzzi. Foi consenso que apenas com integração e coordenação entre setores será possível enfrentar o problema.

O mesmo espírito norteou os debates sobre mobilidade urbana, cultura e inovação. As falas apontaram para a necessidade de projetos metropolitanos que unam esforços e tornem o Rio mais acessível e conectado, seja por meio de um transporte eficiente, de políticas culturais integradas ou da aproximação entre universidades, empresas e poder público.
“Precisamos vender melhor nossos atrativos e manter os talentos aqui”, destacou Fábio Ferrari, do Grupo Visagio, em uma das mesas sobre inovação. Encerrando o dia, ficou evidente que o Rio é, por si só, uma marca — uma cidade que acolhe, cria e inspira. “Paris é a cidade mais bonita criada pelo homem e o Rio é a cidade mais bonita criada por Deus”, elogiou Patrick Sabatier, diretor da L’Oréal no Brasil.
A frase serviu como síntese de um sentimento compartilhado entre os participantes: o de que o Rio, apesar dos desafios, continua sendo um terreno fértil para empreender, investir e acreditar — desde que suas forças caminhem juntas.
2º dia de debates exalta as oportunidades que o estado oferece
Se na abertura do lll Fórum Rio Empreendedor a palavra-chave foi integração, o segundo exaltou as oportunidades que o estado oferece — comerciais, tecnológicas e territoriais. A bola rolou em um segmento que concentra poder de atração e economia: o futebol. O painel, moderado pelo presidente do Conselho Superior da ACRJ, Ruy Barreto Filho, mostrou que o esporte vai muito além das quatro linhas e pode ser um vetor de turismo, inovação e geração de renda. “O futebol é o maior entretenimento do Rio de Janeiro. Temos aqui o melhor espetáculo, mas ainda usamos mal ferramentas como o programa de sócio-torcedor, que poderiam aproximar o público e gerar valor real para os clubes e para a cidade”, disse

O presidente do Flamengo acrescentou: “Hoje falta conexão em um mundo que nunca esteve tão conectado. Mais do que investir, é preciso integrar as pontas. Conectar os esforços entre clubes, cidade e setor de turismo para receber melhor o visitante e aproveitar os momentos certos para essa interação.” A ideia de convergir atrações — estádios, calendário e oferta turística — voltou em diferentes intervenções como caminho para estender a estadia do visitante e aumentar receita local.
As discussões no Fórum evoluíram para temas estruturantes: energia e transição, inovação corporativa, economia circular e regulação para parcerias público privadas. No painel sobre energia, ficou claro o potencial do interior do estado para novos investimentos e a dimensão econômica da transição. “O interior do estado tem oportunidades concretas, mão de obra qualificada, espaço para investimentos e uma estrutura em expansão”, afirmou Gabriel Kropsch.
Em conjunto com o debate “Liderando com inovação” e “Desvendando oportunidades da economia circular”, a mensagem foi unânime: tecnologia, capital humano e modelos de negócio circulares são peças-chave para transformar vocações em negócios sustentáveis.
O encerramento do ciclo de debates do dia aproximou temas institucionais e sociais: sucessão em empresas familiares e o papel das mulheres no empreendedorismo estiveram entre as pautas que trataram de regulação, governança e diversidade como motores do crescimento.
Pensar o futuro também passou pelo passado: a conversa “De Irineu Evangelista a Irineu Marinho — um legado de empreendedorismo e inovação para o Rio e o país”, mediada por Ancelmo Gois, lembrou trajetórias que ajudaram a moldar a economia local e convidou o público a usar essas lições para projetar novos caminhos.
O que o Rio tem de melhor
No espaço do Hall e do 14º andar, a edição deste ano apresentou novidades em relação às anteriores, com vários espaços interativos para o público: o espaço Rio de Trajetórias, localizado no hall de entrada do prédio, será um ambiente concebido para celebrar a história, a inovação e o legado da ACRJ e do empresariado fluminense; o espaço Rio de Conexões, um ambiente dinâmico e interativo, criado para ser o ponto central de networking e geração de negócios; o Rio de Sabores, um convite para experimentar a autenticidade e a diversidade da gastronomia fluminense; o Rio de Ideias uma sala interativa do Fórum, com palco de debates inspiradores, trocas criativas e experiências de cocriação; e o espaço Rio da Economia Solidária, espaço colaborativo que reuniu empreendedores do Conselho Empresarial de Comunidades, Economia Solidária, Microempreendedorismo e Terceiro Setor da ACRJ.