PRÓXIMO DESTINO:
Aeroporto do Galeão
COM CAPACIDADE PARA 37 MILHÕES DE PASSAGEIROS, ESTE TERMINAL ESTRATÉGICO VEM RETOMANDO O SEU PROTAGONISMO E SE CONSOLIDANDO COMO UM IMPORTANTE IMPULSIONADOR DA ECONOMIA E DO TURISMO NA CIDADE MARAVILHOSA. EMBARQUE CONOSCO NESTA VIAGEM PELO AEROPORTO INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO.
Fotos: Divulgação/Rafael Canellas
Mais do que palco para idas e vindas, reencontros e despedidas, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – mais conhecido como Galeão – conecta a Cidade Maravilhosa ao mundo e contribui para impulsionar o turismo e a economia carioca. Quando o assunto é a satisfação dos passageiros, ele aparece como um dos cinco melhores do país entre os aeroportos com maior movimentação, segundo a mais recente pesquisa do Governo Federal, realizada pelo Ministério de Portos e Aeroportos.
Desde agosto de 2014, a operação e a infraestrutura do local são responsabilidades da RIOgaleão. A concessionária é composta pela Changi Airport, de Singapura, operadora do reconhecido Aeroporto de Changi, e pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A primeira detém 51% da concessão, e a segunda, 49%. “Nós orquestramos esse universo que chamamos de comunidade aeroportuária. Ela é formada por 16 mil pessoas e inclui as companhias aéreas, os bares, os restaurantes, as locadoras, etc. O nosso trabalho é disponibilizar a infraestrutura, garantir a manutenção e operar o pátio de aviões”, explica o CEO da RIOgaleão, Alexandre Monteiro.
O trabalho desempenhado nesses 11 anos de história vem rendendo excelentes resultados. Em 2024, o Galeão bateu o recorde histórico do Rio de Janeiro quanto à quantidade de passageiros internacionais circulando pelo local. E isso acontecerá novamente em 2025 – a estimativa é de que passem por ali mais de cinco milhões de pessoas vindas de outros países.
Com esse excelente desempenho, o aeroporto desperta a atenção e se torna cada vez mais atrativo para as companhias aéreas. A Gol, por exemplo, vem fortalecendo a sua atuação no terminal e pretende transformar o Galeão em seu principal hub (centro de operações) no Brasil. No primeiro semestre de 2025, as operações da companhia totalizaram 23.597 pousos e decolagens e 3,6 milhões de passageiros.
AUMENTO DE POUSOS E DECOLAGENS
Muitos dos bons ventos que impulsionam o Galeão estão associados à adoção de medidas de estímulo ao terminal. Em 2023, o Governo Federal assinou uma portaria que previa a redução de pousos e decolagens no aeroporto Santos Dumont, gerido pela Infraero, ao mesmo tempo que ampliava a oferta no Galeão. Essa foi uma medida também defendida pelo Governo do Estado e pela Prefeitura do Rio de Janeiro. “Enquanto um aeroporto era subutilizado, o outro estava sendo usado acima da sua capacidade. Estamos provando na prática que esse foi um movimento benéfico, uma decisão acertada”, afirma Monteiro.
A transferência de voos do Santos Dumont levou ainda ao aumento da movimentação de cargas no Galeão. Para se ter uma ideia, já no primeiro trimestre de 2024, o volume de carga aérea doméstica no Rio de Janeiro cresceu mais de 30%, o que impacta positivamente a economia. Esse avanço só foi possível graças às condições favoráveis da pista, ao fato de os aviões decolarem sem limitação de peso e à infraestrutura completa que o Galeão oferece para atender a essa demanda, incluindo o terminal de cargas.
E por falar em cargas, apesar de coadjuvantes – afinal, quem protagoniza os embarques e desembarques são os passageiros –, elas aparecem como grandes geradoras de serviços e receitas, sendo fundamentais para a engrenagem do sistema. Hoje, o Galeão recebe entre 25% e 30% do valor agregado de toda a carga importada pelo Rio de Janeiro. “Essa dinâmica evidencia a interdependência entre passageiros e carga. Atualmente, cerca de 85% a 90% da carga internacional que chega ao aeroporto é transportada na chamada ‘barriga do avião’, ou seja, nos porões das aeronaves comerciais de passageiros”, evidencia o CEO da RIOgaleão.
DETERMINAÇÃO COM FOCO NO MELHOR SERVIÇO
O primeiro grande desafio da RIOgaleão logo após a concessão em 2014 foi preparar o aeroporto para as Olímpiadas de 2016, na capital fluminense. Foram dois anos de muito trabalho para que o terminal estivesse apto a receber e embarcar atletas, delegações e turistas. O resultado foi motivo de orgulho para a equipe: entregar o Galeão pronto para o maior evento esportivo do planeta, de forma segura e eficiente.
Após o sucesso das Olimpíadas, o foco passou a ser a experiência do passageiro e a estruturação de uma equipe especializada em aviação. Com isso, a RIOgaleão se tornou a primeira concessionária do Brasil a criar uma área específica de marketing de aviação, iniciativa reconhecida oficialmente pelo Ministério do Turismo em 2018.
O Galeão foi ainda pioneiro no país ao atrair companhias aéreas de baixo custo, as chamadas low cost. Elas estimulam tanto o crescimento da aviação quanto o do turismo por oferecer passagens mais acessíveis e ampliar a demanda de passageiros. Um exemplo foi a rota Rio-Londres da Norwegian, operada em modelo low cost por um ano: nesse período, a procura pelo trecho cresceu mais de 60%.
A concessão do Galeão à RIOgaleão segue até 2039 e a expectativa é de que uma série de melhorias sejam implementadas até lá. “Estamos fazendo o nosso melhor. Queremos recolocar o Galeão em uma posição nobre. E esse é um trabalho que contribui para a cidade e para o estado. Buscamos sempre o melhor retorno e os melhores resultados, e tudo isso com propósito”, garante Monteiro.
”Queremos recolocar o Galeão em uma posição nobre. E esse é um trabalho que contribui para a cidade e para o estado. Buscamos sempre o melhor retorno e os melhores resultados, e tudo isso com propósito.”
Alexandre Monteiro, CEO da RIOgaleão
PAPEL DE DESTAQUE DURANTE A PANDEMIA
A movimentação de cargas no Galeão foi crucial durante a pandemia de Covid-19. Foi ela que praticamente manteve o aeroporto em funcionamento, garantindo receitas à concessionária em meio à crise. No início de março de 2020, a média era de 300 voos diários. No mês seguinte, esse número caiu para apenas três.
Essa movimentação foi também essencial para a sociedade, assegurando o fluxo de mercadorias em meio às restrições. É com orgulho e satisfação que Monteiro se lembra de quando o Galeão passou a receber os Insumos Farmacêuticos Ativos

(IFAs) necessários para a produção das vacinas contra o coronavírus. Segundo ele, a chegada dos materiais gerava emoção e esperança entre todos os envolvidos, por representar a chance de salvar vidas. No terminal de cargas, desembarcaram ainda respiradores e outros equipamentos para o enfrentamento da crise sanitária, o que evidencia a relevância do Galeão durante esse período.
Sávio Neves é presidente do Conselho Empresarial de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).