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DIÁLOGO
SOBRE DESAFIOS E OPORTUNIDADES
FOI MAIS UMA EDIÇÃO DE SUCESSO! EM 25 DE SETEMBRO, O LIDE RIO DE JANEIRO REALIZOU O SEU JÁ TRADICIONAL ALMOÇO EMPRESARIAL, NO FAIRMONT COPACABANA. O EVENTO CONTOU COM A CASA CHEIA DE PRESENÇAS ILUSTRES, QUE PARTICIPARAM DE UM DEBATE DE ALTO NÍVEL SOBRE O CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL E OS CAMINHOS PARA IMPULSIONAR O CRESCIMENTO DO ESTADO E DO PAÍS.
Fotos: Renato Wrobel
Para abrilhantar o último almoço do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) na Cidade Maravilhosa, os palestrantes convidados foram Nicola Miccione, secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro; Luiz Césio Caetano, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Centro Industrial do Rio de Janeiro (Cirj); e Samuel de Abreu Pessôa, doutor em economia e pesquisador do banco BTG Pactual e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Híbrida. Essas três vozes de peso discorreram sobre o tema “Oportunidades e Desafios Econômicos: Perspectivas para o Brasil e o Rio de Janeiro”.
Antes de convidá-los ao palco, tive a oportunidade de destacar aos presentes que o LIDE nasceu em 2003 para reunir líderes empresariais e criar um espaço de diálogo, troca de experiências e geração de negócios. No Rio de Janeiro, seguimos essa missão com todo o entusiasmo, buscando conectar pessoas, fortalecer empresas e impulsionar o desenvolvimento econômico do nosso estado. Os encontros do LIDE têm exatamente esse objetivo: abrir caminhos e boas conversas, gerar novas ideias, criar parcerias e trazer informação, inovação e tecnologia.
“Eu não posso deixar de registrar que a nossa visão é muito otimista. O Rio de Janeiro é um estado de oportunidades importantes.”
Nicola Miccione, Secretário da Casa Civil/RJ
IMPACTOS GLOBAIS E ESTADUAIS
Para iniciar essa troca positiva de ideias, a primeira pessoa a palestrar foi Samuel Pêssoa. O economista apresentou uma análise ampla sobre os impactos das transformações globais e como elas reverberam no Brasil. Segundo ele, a economia americana vai se fechar para os diversos países, por conta do grande aumento de tarifas.
“Isso vai gerar piora do crescimento econômico no mundo todo a curto e longo prazo”, acredita. Porém, ele ainda tem um olhar positivo: “Para o Brasil, não é tão ruim assim, porque exporta commodities, exporta para todo mundo, e essa desvalorização que está acontecendo da moeda americana, e que eu acho que vai continuar a acontecer nos próximos anos, fortalece a nossa moeda”.
Em seguida, Luiz Césio Caetano falou sobre os trabalhos que a Firjan tem oferecido em apoio à indústria e à sociedade do Rio de Janeiro. Mas alertou para os entraves persistentes que a indústria fluminense enfrenta e que refletem em problemas estruturais do Brasil: rigor fiscal, baixo investimento em infraestrutura e gargalos de capital humano.
“No Rio, especificamente, esses desafios se agravam com o tarifaço que antecipa o fim dos incentivos fiscais e aumenta o FOT [Fundo Orçamentário Temporário], reduzindo, assim, a competitividade e estimulando a saída de empresas e talentos do nosso estado”, comentou Caetano.
E acrescentou: “Cabe lembrar que o peso do ICMS na indústria fluminense já é quase o dobro dos estados vizinhos. Apesar desse cenário, o estado segue relevante e atrativo. Esse é o Rio de Janeiro”. Isso se mostra em números: entre 2025 e 2027, a Firjan mapeou mais de 1.200 projetos, totalizando 336 bilhões em investimentos confirmados e quase 200 bilhões em investimentos potenciais, concentrados em energia, infraestrutura e indústria de transformação.
“O peso do ICMS na indústria fluminense já é quase o dobro dos estados vizinhos. Apesar desse cenário, o estado segue relevante e atrativo. Esse é o Rio de Janeiro.”
Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan/Cirj
“Essa desvalorização da moeda americana que está acontecendo, e que eu acho que vai continuar nos próximos anos, fortalece a nossa moeda.”
Samuel Pessôa, doutor em economia e pesquisador do BTG Pactual e FGV Híbrida
MOTIVOS PARA COMEMORAR
O último a subir ao palco foi Nicola Miccione. Ele conduziu a sua apresentação mostrando o cenário que o Rio passou nos últimos cinco anos. “Eu não posso deixar de registrar que a nossa visão é muito otimista. O Rio de Janeiro é um estado de oportunidades importantes”, anunciou o secretário da Casal Civil/RJ.
Ele citou que, em todos os municípios do estado, houve investimentos públicos nos últimos anos, o que considera uma descentralização importante. Porém, sabe que isso ainda pode melhorar: “O Rio ainda está muito aquém de São Paulo, por não possuir um interior tão robusto do ponto de vista econômico. Precisamos fortalecer nossos municípios para além da região metropolitana, e esse trabalho deve ser feito com infraestrutura”.
Nicola Miccione aproveitou para enumerar as grandes obras que serão entregues nos próximos meses, como a retomada do Teleférico do Complexo do Alemão e o reinício da operação do Museu da Imagem e do Som, em Copacabana, que trará ainda mais turistas para o estado. Ele também enalteceu outras conquistas: “Temos um orgulho muito grande do resultado da concessão do saneamento que trouxe de volta a Baía de Guanabara como cartão postal do Brasil, assim como a Lagoa Rodrigo de Freitas. Também estamos trazendo grandes eventos esportivos para o estado, como o Rio Open e a SailGP, que é a Fórmula 1 dos mares. A organização viu que a Baía de Guanabara está limpa. Conseguimos atuar num ativo ambiental importante, e isso atrai mais turismo e mais negócios para o Rio, comemorou.
Ao final de sua palestra, veio a surpresa: Nicola foi o grande homenageado da noite, recebendo das mãos do padre Omar uma placa comemorativa pelos seus cinco anos à frente da Casa Civil. Acompanhado de sua esposa, Tatiana Binato, o secretário foi aplaudido por sua trajetória de dedicação ao Rio de Janeiro. Merecido!
Andréia Repsold é presidente do LIDE Rio de Janeiro, proprietária da A. Repsold Assessoria & Marketing e integrante do Conselho Empresarial das Mulheres da Firjan, do Visit Rio e do Conselho de Administração da Winner Holding