NESTA EDIÇÃO, ACOMPANHAMOS ROGÉRIO TOBIAS E VANESSA REIS DURANTE A TRAVESSIA A NADO DA PRAIA VERMELHA À URCA. A PAIXÃO PELA NATAÇÃO NO MAR UNE AINDA MAIS ESSE CASAL.
Ele é de Goiânia (GO). Ela, de Volta Redonda (RJ). Nenhum dos dois cresceu perto do mar. Mas, quando adultos, a paixão pela natação nas águas salgadas nasceu para ambos. E também nasceu o amor entre eles, que já dura 28 anos e rendeu dois frutos: as filhas Mirela e Beatriz. É em meio às braçadas que o desembargador federal Rogério Tobias e a procuradora estadual Vanessa Reis encontram refrigério quando estão longe dos tribunais.
Para Vanessa, a natação começou ainda na infância, na piscina do Clube dos Funcionários de Volta Redonda. Mais tarde, quando ela foi fazer faculdade na Universidade Federal Fluminense (UFF), é que iniciou a prática no mar de Niterói. Até hoje, a procuradora alterna treinos entre a piscina e o mar. “Mas, atualmente, sou mais do mar”, conta Vanessa, que faz parte do Time TX, que nada no mar aberto de Copacabana, na altura do Posto 6.
Já para Rogério, o esporte é mais recente, embora também tenha iniciado no mar de Niterói. “Eu comecei na praia de Camboinhas, em 2015. Antes disso, já sabia nadar, mas sem muita técnica”, revela. Agora, ele treina de duas a três vezes por semana na Equipe Toscano, também no Posto 6. Ao contrário da esposa, a água com cloro deixou de fazer parte de sua vida: “Eu já nadei em piscina, mas gosto mesmo é do mar”.
Nadar como forma de superação

Entregar o corpo ao balanço da água sempre foi uma válvula de escape para Vanessa, desde quando era estudante. “Quando eu fazia faculdade, a vida era muito difícil. Tinha dois estágios para me manter e nadava à noite em um clube. Depois, enquanto estudava para concurso público, minha única distração também era a natação”, lembra. A procuradora conta que, quando era professora de Direito Administrativo da Universidade Gama Filho, pegava ônibus de madrugada em Niterói para Piedade, depois estudava o restante do dia e ainda encontrava tempo para nadar. “Mesmo quando quebrei o tornozelo e fiquei mais de três meses sem andar, nadava todo dia. Por isso, natação é sinônimo de superação para mim”, emociona-se.
Rogério, por sua vez, entra numa verdadeira simbiose quando está dentro da água salgada. “Quando nado no mar, tento fazer parte dele. É uma espécie de meditação. Nadar no mar é mais do que uma atividade física. É uma interação total com a natureza, ficando imerso nela. Me dá saúde e sanidade para enfrentar a rotina estressante do dia a dia”, revela.
Percurso cumprido com sucesso
Nós, da Revista Manchete, decidimos vivenciar de perto a cumplicidade que existe na vida desse casal, tanto em suas trajetórias de excelência no serviço público quanto na paixão pelo mar. Para isso, convidamos os dois para fazerem a travessia entre a Praia Vermelha e o flutuante da Urca. E o desafio foi aceito! Num domingo bem cedo, Rogério e Vanessa colocaram a touca e os óculos de natação e caíram no mar da Baía da Guanabara, tendo o Pão de Açúcar como testemunha de suas braçadas.
O desembargador curtiu a experiência: “Além de ser um desafio, é um privilégio nadar num cartão postal do Rio de Janeiro”. Porém, adverte: “Mas é preciso sempre ter uma preocupação ao entrar no mar, tem que respeitar”. Na altura da praia dos militares, a água começou a bater um pouco. “Nessa hora, tive que respirar só de um lado. Mas a gente se coloca no estado de cruzeiro, não força muito e acaba chegando, devagar e sempre”, comenta o magistrado.
E qual é a receita de Vanessa para superar o mar mexido? “A receita é o apoio dos amigos, do meu marido e dessa equipe maravilhosa. É estar sempre junto, igual um cardume. É como na vida: a gente tem que estar sempre junto dos bons”, ensina a procuradora, satisfeita diante de mais uma missão cumprida.
Sergio Maciel é vice-presidente da Revista Manchete, bacharel em direito, especializado em relações institucionais e governamentais.