PANTANAL FLUMINENSE:
Entrar em um barquinho e navegar pelo rio Guapi-Macacu até desembocar na Baía de Guanabara é uma experiência imersiva em um dos mais importantes ecossistemas associados à Mata Atlântica

O passeio ao Pantanal Fluminense, como é conhecida a localidade, reserva surpresas com o eventual aparecimento de algumas espécies, como: jacaré-de-papo-amarelo, mais de 220 tipos de aves, caranguejos, siris, tamanduá-mirim, lontra e o deslumbrante mergulho dos botos-cinza.
Às margens do rio, o visitante percorre um extenso manguezal com funções de grande importância ecológica e econômica para os moradores da região:
Refúgio de animais: diversos habitats para reprodução, alimentação e desenvolvimento.
Áreas ricas em nutrientes: o manguezal recebe compostos trazidos pelos rios e os recicla.
Filtro biológico: retém material poluente e depura a qualidade da água.
Contenção de erosão: evita o assoreamento de rios e baías.

Absorção de gás carbônico (gás de efeito estufa): capacidade de absorver carbono da atmosfera até cinco vezes mais que outras florestas da região.
Fonte de alimento e sustento humano: grande parte da comunidade local tira seu sustento de atividades relacionadas aos recursos naturais da região.
Turismo: o passeio de duas horas e meia é feito por profissionais cadastrados.

PRIMEIRA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE MANGUEZAIS NO BRASIL:
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, município do Estado do Rio de Janeiro, ficou conhecida como o Pantanal Fluminense por sua riqueza em biodiversidade. Criada em setembro de 1984 para proteger um território de 14 mil hectares, tornou-se a primeira Unidade de Conservação de Manguezais do Brasil, responsável pela recuperação e preservação do único manguezal ainda existente no entorno da Baía de Guanabara, como explica a analista ambiental da ICM Bio, Natália xxx. Apesar do local ser popularmente chamado de “Pantanal Fluminense”, é importante ressaltar que se trata de um bioma diferente da região pantaneira.
A vegetação local tem características e cenários muito semelhantes ao famoso Pantanal do Centro-Oeste brasileiro, principalmente quando vistos de cima, mas em menor escala, é claro.
A paisagem pouco conhecida mesmo para quem vive no estado se estende por trechos dos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. É a última área da baía a apresentar aspectos próximos aos do período anterior à colonização do país, com características ecológicas e biológicas compatíveis com manguezais preservados. Além de todo o trabalho de proteção exercido hoje, houve uma longa jornada de recuperação da área, que já havia sido destruída pela extração de barro e madeira, impulsionada pela expansão imobiliária do estado no passado. A comunidade aprendeu a trabalhar de forma consciente e organizada com o turismo de base comunitária da APA de Guapimirim e Estação Ecológica da Guanabara, apoiado pela unidade de conservação, que beneficia diretamente instituições, cooperativas e associações de moradores.
Além de todo o trabalho de proteção exercido hoje, houve uma longa jornada de recuperação da área, que já havia sido destruída pela extração de barro e madeira, impulsionada pela expansão imobiliária do estado no passado
ONG GUARDIÕES DO MAR:
A ONG Guardiões do Mar atua desde 1998 na conservação e na remoção de lixo de ecossistemas costeiros brasileiros, como os mangues. Uma das parceiras é a Cooperativa Manguezal Fluminense. Pescador e presidente do grupo, Alaildo Malafaia conta que hoje cerca de 400 famílias vivem no território da APA e sobrevivem de recursos naturais do mangue. As atividades do Projeto Uçá têm como objetivo preservar a qualidade e a saúde ambiental de manguezais e ecossistemas costeiros e marinhos na área de influência da Baía de Guanabara. Uma ação que mobiliza catadores durante o período de defeso do caranguejo-uçá, que dá nome ao projeto, é a Operação LimpaOca. Trata-se de um trabalho de formiguinha. Ao longo dos últimos dez anos, o projeto retirou 35 toneladas de lixo de 280 mil metros quadrados da APA de Guapimirim — área que corresponde a cerca de 33 campos de futebol. E já são 182 mil metros quadrados de florestas de mangue restauradas por meio de replantio de 64 mil mudas.
“E a gente estava perdendo tudo isso com o corte das árvores para vender a madeira e a pesca de forma errada. Os moradores não entendiam a importância do mangue até a chegada da APA. Hoje, a população aqui tem a conscientização da preservação ambiental e tenta passar esse conhecimento para os turistas. Trago grupos de vários cantos do Brasil e também estrangeiros, como dos Estados Unidos e da Argentina. Quando navego com eles por esses rios, gosto de brincar e chamar a atenção lembrando que eles não estão no Pantanal, mas dentro da Guanabara. Muitas pessoas se esquecem de que isso aqui é Rio de Janeiro, é algo nosso!”
Cláudio (guia turístico)
“O Pantanal Fluminense é um verdadeiro tesouro escondido, é quase impossível acreditar que estamos no Estado do Rio de Janeiro! Um visual indescritível e, navegar por essas águas, é uma experiência cinematográfica! Para quem mora no estado do Rio, principalmente, essa visita deve ser obrigatória no seu calendário a partir de agora! E ainda existe a possibilidade de unir essa experiência a outras da região, como fazendas gastronômicas, comunidades tradicionais quilombolas e muito mais! Mas isso é papo para uma próxima edição.”
Alice Morais (colunista)
SERVIÇO:
O que levar: protetor solar, água, roupa de frio, repelente, chapéu, boné ou toca, pequeno lanche, sacola plástica para lixo. Serviços inclusos: guia turístico, aluguel do barco, estacionamento, colete salva vidas. Barcos com 4 / 5 lugares. Valor : R$ 150,00 por pessoa. O passeio poderá ser executado com crianças maiores de120cm de altura e que caibam em colete salva vidas adulto!
RESERVAS: GuapimirimTur (21) 98827-5699 @guapimirimtur