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O fenômeno Beach Tennis:
esporte que virou febre no Rio

Em vez de saibro e quadras fechadas, pés descalços na areia ao ar livre. Esse é o ambiente para se praticar o esporte que rapidamente ganhou popularidade no Brasil, país que hoje já é considerado a maior potência do mundo no beach tennis, ao lado da Itália. O sucesso é tamanho que não se limitou às praias, como o nome sugere, a moda pegou também em clubes, condomínios e em cidades do interior.

O beach tennis, antes conhecido como “raquetone”, surgiu na província de Ravena, na Itália, em 1987 com uma proposta de unir o tênis convencional, o vôlei e o badminton. Sua profissionalização aconteceu em 1996, com a determinação de regras e práticas em campeonatos, que evoluíram ao longo dos anos.

A modalidade chegou em terras fluminenses com clima tropical em 2008, conquistando cada vez mais adeptos. Percebendo o grande sucesso, a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) introduziu oficialmente o esporte ao país. O Brasil tornou-se uma grande força mundial no beach tennis, conquistando resultados significativos em eventos como o Mundial, o Pan-Americano e o Sul-Americano.

A sensação do momento lembra o tênis convencional, mas a bolinha não pode tocar o chão e a rede é mais alta, cerca de 1,70m de altura, chegando a 1,80m. A área é reduzida, com 16m de comprimento por 5m de largura no jogo um contra um e 16m por 8m, no jogo em dupla. O esforço na areia é maior do que em chão firme, o que potencializa o exercício físico, tonificando ainda mais os membros inferiores.

PARA TODAS AS IDADES E NÍVEIS DE HABILIDADE

Se não houver restrições médicas, os idosos podem e devem praticar o beach tennis, como forma de exercício e socialização. Os pequenos também jogam, adaptando as regras e os equipamentos. Basta usar raquetes menores, bolas mais leves e diminuir a altura da rede. Além de divertido, ajuda a desenvolver as habilidades motoras.

Até mesmo quem nunca jogou, consegue rebater algumas bolas de primeira. Este colunista foi convidado pelo professor Leonardo a jogar uma partida na areia de Ipanema em uma manhã ensolarada. Como preparador físico, sentiu a movimentação intensa do corpo e calculou os vários benefícios para a saúde de quem pratica. É um exercício cardiorrespiratório de baixo impacto, que aciona a contração muscular.

“Desde crianças até idosos, o beach tennis é um esporte inclusivo. Atrai praticantes de todas as idades e é fácil de começar, o que o torna ainda mais popular.”

Leonardo Ramos (professor de beach tennis)

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) estima que o Brasil tenha mais de 600 mil praticantes de beach tennis, em sua maioria, amadores. O sucesso vem da facilidade de aprendizado, além de ser uma oportunidade de socialização em um ambiente descontraído em meio à natureza.

Nas praias, há várias escolinhas que ensinam o dinamismo desse esporte, trabalhando os aspectos físicos (deslocamento e mobilidade) e a parte tática (mecânica dos golpes). Em frente ao número 500 da Av. Vieira Souto, em Ipanema, está o Clube Praia, a primeira rede de beach tennis da orla do Rio. O negócio deu tão certo que hoje já conta com mais de 600 alunos matriculados em 7 escolinhas localizadas em diversos pontos da cidade, incluindo o projeto social da Pequena Cruzada, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Mais uma vantagem dessa modalidade é promover o alto gasto calórico, tornando-se uma aliada de pessoas que lutam contra a obesidade e têm dificuldade de se adaptar às academias. Há também aquelas chegam à praia pela manhã bem cedinho para praticar exercício antes de encarar a rotina de trabalho, como relata a aluna Adriana Bloes “É uma absorção de serotonina que o sol, o mar e o suor me proporcionam para eu poder começar meu dia feliz.”

“O esporte exige movimentos rápidos e coordenados, o que ajuda a fortalecer os membros inferiores e melhorar o condicionamento físico, além de trabalhar a contração abdominal.”

Waltinho (professor de Educação Física e colunista)