QUANDO O CÉU É O LIMITE
Diferentemente do avião, cuja paternidade recai sobre Santos Dumont e os irmãos Orville e Wilbur Wright, não se tem registros sobre os inventores do helicóptero.

O que se sabe é que muitos nomes participaram do processo de criação e desenvolvimento dessa aeronave, como Louis Breguet, Paul Cornu, Juan de La Cierva y Codorniu, Émile Berliner, Igor Sikorsky e até mesmo o polímata Leonardo da Vinci, que rabiscou um projeto inovador conhecido como parafuso aéreo, em 1493. Ainda em termos comparativos, a concepção do helicóptero não teve inspiração em uma espécie animal, como no caso de alguns aviões, cujas referências de design foram asas e caudas de pássaros. Embora ambos sejam meios de transporte aéreo de grande importância para a humanidade, suas funcionalidades são distintas.
A facilidade de pouso e decolagem faz do helicóptero uma aeronave versátil e ideal para os grandes centros urbanos. É utilizado por empresários e executivos para evitar o trânsito e ganhar tempo para mais reuniões e novos negócios. É símbolo de status e poder, mas também de extrema utilidade pública em casos de salvamento de vítimas e transporte de órgãos. Comumente é utilizado pelos bombeiros para realizar resgates na terra, nas matas e no mar. Há os modelos militares com capacidade para transportar grande número de passageiros e também os de menor porte para voos panorâmicos, que sobrevoam as cidades deixando os turistas extasiados. Aliás, o Rio de Janeiro oferece um dos roteiros panorâmicos mais famosos do mundo com seus belos cartões postais apreciados de um ângulo privilegiado.
Aproveite a leitura para conhecer alguns roteiros turísticos, modelos de helicópteros e como essa máquina consegue levantar voo e se sustentar no ar.
“Quem tem helicóptero tem pressa”
Márcio Abreu, comandante da Aura Aviation, que transforma em realidade o sonho de conhecer o Rio pelo ângulo dos pássaros.
Modelos e utilização dos helicópteros
De acordo com o Instituto Internacional de Aviação, o mercado de helicópteros cresce 3,5% ao ano e tem papel fundamental na indústria aeroespacial, com números estimados em US$ 25 bilhões.
Assim como os carros, os helicópteros variam muito de preço, mas podemos começar com margem de R$ 500 mil até R$ 17 milhões, de acordo com suas funcionalidades, capacidade para passageiros, quantidade de turbinas, entre outras variáveis. Existem diversos modelos de negócios para se adquirir um helicóptero, até mesmo a compra compartilhada entre empresas. Vamos conhecer alguns dos modelos mais tradicionais.
Como funciona o voo de um helicóptero
Primeiro precisamos entender que o helicóptero possui um rotor principal na parte superior da cabine com pás (asas) que giram para dar sustentação ao voo do equipamento. Na parte de trás fica o rotor de cauda, que vai equilibrar as rotações. Imagine que, ao sair do solo, o helicóptero tivesse um grande torque, ou movimento giratório, sobre a estrutura em que estão os passageiros. A tendência natural seria a cabine girar no sentido contrário ao da hélice. O rotor de cauda serve para evitar esse movimento e manter o eixo da aeronave em linha reta, ou seja, o anti-torque.
Mas como o helicóptero decola, movimenta-se para frente, faz curvas e demais manobras? Vamos entender os quatro comandos básicos para voar nessa máquina e ter uma visão geral do painel de controle:
1.O piloto conta com dois pedais para controlar pequenas pás na parte traseira acopladas ao rotor de cauda. Ao acionar os pedais, as pás são movimentadas e isso permite que o helicóptero se movimente no sentido contrário ao do giro do rotor. Assim, é possível girar em torno do próprio eixo quando está parado no ar.
2. Na altura da mão esquerda do piloto, está o coletivo, que parece o freio de mão de um automóvel. Com esse comando, o piloto consegue erguer e baixar a alavanca. Esse movimento faz com que as pás sobre a cabine mudem de ângulo, e dessa maneira o ar também muda de direção, permitindo que, automaticamente, o helicóptero suba ou desça.
3. Também próximo à mão esquerda do piloto e na parte da frente do próprio coletivo fica a manete de potência, parecida com o acelerador de uma moto. Com esse mecanismo, o piloto pode compensar a RPM (potência do motor), pois quanto maior for a mudança do ângulo de ataque das pás, mais ajustes é preciso fazer na força do motor.
4. Por fim, o comando cíclico, que permite criar força de tração – uma espécie de guidão localizado na frente e no centro do assento do piloto. Esse é o comando que muda a posição do disco do rotor principal, mexendo no disco em que as pás estão acopladas, e, com isso, o helicóptero irá realizar os movimentos de rolagem (deslocamentos) e arfagem (levantar e abaixar a frente).
O painel do helicóptero Robinson R22 é composto por um conjunto de instrumentos aviônicos, que fornecem informações sobre o funcionamento da aeronave e também sobre as condições de voo. Esse instrumento básico gera segurança e informações suficientes para um voo visual em helicópteros de pequeno porte.
Igor Sikorsky, um dos maiores nomes da criação de helicópteros, instalou uma hélice na cauda de um de seus modelos de aeronave que permite maior controle direcional, possibilitando ao piloto mais firmeza nos movimentos de emergência.
Aura, focada na experiência
Sobrevoar de helicóptero uma das cidades mais lindas do mundo, alcançando o ponto de vista do Cristo Redentor, com a paisagem infinita das mais belas praias e do Pão de Açúcar, é uma sensação difícil de se descrever.
Quem realiza o voo panorâmico tenta traduzir essa emoção como uma experiência inesquecível, com alta dose de adrenalina e uma explosão de belezas naturais. A equipe da Revista Manchete embarcou nessa experiência com a operadora Aura, que comercializa os serviços de voos panorâmicos por meio da Infinity Rio Experience – uma das principais empresas de turismo aéreo do Rio de Janeiro. Com infraestrutura e know-how, realizou passeios para mais de 10 mil clientes só no último ano.
O voo partiu do Campo Olímpico de Golfe, na Barra da Tijuca, que por si só já é uma atração turística, com infraestrutura internacional, em uma área de mais de um milhão de metros quadrados, com restaurantes, salão de beleza, loja de conveniência e sala VIP. A aeronave, com configuração panorâmica e alto padrão de segurança, ainda conta com tripulantes que falam sobre a história de cada ponto sobrevoado, atuando como guias turísticos.
O tempo de voo pode variar em função do roteiro escolhido e das condições climáticas. Há rotas de 15 a 20 minutos e outras mais prolongadas, chegando a 60 minutos. Alguns pontos turísticos desejados são: Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Maracanã, Pedra da Gávea, praias da Zona Sul e Zona Oeste, reserva ambiental, ponte Rio-Niterói, Quinta da Boa Vista, Museu do Amanhã, Arcos da Lapa e outros. É possível personalizar o voo, deixando a cargo do cliente a escolha da rota. As reservas podem ser feitas pelo site: infinityrio.com.br.
