História - Revista Manchete
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A revista Manchete que revolucionou o mercado editorial na década de 60 está de volta, mantendo sua afinidade com o Rio de Janeiro, com o fotojornalismo, importantes colunistas, informação geral e com proposta de atingir milhões de pessoas, agora através de multiplataformas

No mundo inteiro as revistas semanais de informação sempre ocuparam lugar de destaque. Aqui no Brasil, a Revista Manchete se transformou em uma referência de mercado por 50 anos. Foi lançada em 26 de abril de 1952, por Adolpho Bloch, dono da Bloch Editores. O slogan - "Aconteceu, virou Manchete" - acompanhou a revista por décadas, que registrou momentos históricos do Brasil e no mundo. Possuía uma impressão totalmente colorida, com papel especial, conteúdo diferenciado com lindas e grandes fotos, gerando muita curiosidade nos leitores e atraindo anunciantes que gostavam da ideia de ter seus produtos divulgados com uma qualidade superior de imagem e cor.

Aqui estão reproduzidas as capas da primeira edição, que trouxe a bailarina do Theatro Municipal Inês Litowski, ao lado de uma carruagem, com a informação: ela “queria viver nesse tempo”, com texto de David Nasser, e também a edição número 2.519, de 26 de julho de 2000, com o ator Reynaldo Gianecchini na capa. Essa foi a última edição antes da falência do Grupo Bloch Editores, em julho de 2000. Um dia de muita tristeza para os funcionários, fornecedores, para a família e também uma grande perda para o mercado editorial.

Adolpho Block

Décadas antes de a primeira edição da revista chegar às bancas, a família Bloch deixou a Ucrânia pós-revolução russa, morou na Itália por poucos meses e atravessou o Atlântico até o Rio de Janeiro, em 1922. Gráficos conhecidos em seu país de origem, onde trabalharam imprimindo dinheiro para o governo provisório (1917) de Alexander Kerensky, os Bloch aqui se instalaram com seu ofício. Quando a "Manchete" passou a circular, a reputação gráfica da família já era conhecida.

A revista contava com colunistas de peso, como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Fernando Sabino, além de manter repórteres e fotógrafos em várias cidades do país, contribuindo para que conquistasse projeção nacional. Dentre as edições especiais e históricas, a “Manchete” lançou em 21 de abril de 1960, mais de 700 mil exemplares sobre a construção e inauguração da capital. Vendeu tudo em apenas 48 horas.

Essas vendas só eram possíveis pela estrutura e experiência gráfica de Adolpho. A Bloch Editores contava com um parque gráfico de 60 mil metros quadrados no bairro de Parada de Lucas, as margens da Avenida Brasil. De lá saíram mais de uma dúzia de títulos que marcaram o jornalismo brasileiro, como “Geográfica Universal”, “Pais & Filhos”, “Ele & Ela”, “Sétimo Céu”, “Amiga”, “Desfile”, “Fatos e Fotos”, além de coleções, quadrinhos, livros didáticos e cartilhas para o Mobral, programa de alfabetização lançado durante a ditadura.

O crescimento da revista possibilitou que a editora deixasse a sede na Rua Frei Caneca, no Centro, para um edifício de frente para o mar, projetado por Oscar Niemeyer, na Rua do Russell, na Glória, onde também funcionaram a TV e a Rádio Manchete, inaugurada em 5 de junho de 1983. Nos fundos do prédio ainda foi construído um belíssimo teatro.

A revista Manchete se tornou conhecida em todo o Brasil e, com agilidade e qualidade editorial, atingiu vendas de milhões de exemplares em edições como a vinda do Papa e a morte de Ayrton Senna

Revistas Manchete Revista Manchete Papa João Paulo II

O recorde de vendas da Revista Manchete ocorreu em 1980 na visita do Papa João Paulo II ao Brasil. Em uma edição especial em que o leitor foi presenteado com uma moeda comemorativa, as vendas atingiram a impressionante marca de 2,5 milhões de exemplares

Redação Revista Manchete

A redação da MANCHETE era o centro nervoso, onde pulsava o coração das revistas da Bloch Editora, sempre com a presença do seu fundador

Parque Gráfico Revista Manchete
Ex-funcionários Revista Manchete

O parque gráfico da Bloch Editores ficava no bairro Parada de Lucas, às margens da Avenida Brasil, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ocupava uma área de 60 mil m2 e abrigava modernas máquinas rotativas e toda a estrutura de pré-impressão, incluindo uma fábrica de tintas. Acima, uma equipe de ex-funcionários da Bloch Editores. Eles se juntaram na rua Conde de Lages, na Glória, após a falência, para dar continuidade a algumas edições.

Redação Revista Manchete

As coberturas de carnaval, publicadas em edições especiais, garantiam recordes de tiragem à revista, que se esgotava em poucas horas

O Grupo Manchete obteve uma grande afinidade com o carnaval. Por três semanas seguidas, as revistas Amiga e Manchete dedicavam atenção especial a essa festa. Eram edições pré, a do próprio carnaval e a pós, com coberturas exclusivas de bailes, desfiles, carnaval de rua e as festas das celebridades do Rio. Essas edições garantiam recordes de tiragem às revistas, que se esgotavam em poucas horas. Além disso, a editora ainda contava com a super Fatos & Fotos, que repercutia as fantasias premiadas, flagrantes de celebridades, desfiles de escolas de samba e as rainhas de bateria. Esta paixão de Adolpho Bloch pela maior festa popular do mundo levou o empresário até a gravar a marchinha ‘’Rainha de Sabá’’, em parceria com Carlos Heitor Cony.

As redações ficavam espalhadas pelos belíssimos 13 andares do prédio na rua do Russel, que ainda contava com espaçosos restaurantes, salão de festas, suítes, estacionamento, imponente saguão e uma escadaria em tapete vermelho que levava a uma galeria de arte com belíssimas obras do acervo do acionista. No décimo segundo andar, ficava a sala ocupada pelo grande amigo do empresário, o ex-presidente Juscelino Kubitschek.

Em 2002, por meio de um leilão público de marcas, realizado pela massa falida da Bloch Editores, o empresário Marcos Dvoskin, ex-presidente da Editora Globo, arrematou os títulos e criou a Manchete Editora, porém se utilizando do lançamento mensal apenas da revista Pais & Filhos, deixando a marca da Revista Manchete adormecida desde então.

Em 2025, a revista inicia um novo capítulo de sua história. O empresário e jornalista Marcos Salles adquiriu os direitos da publicação tão importante para os cariocas e fluminenses e relança a nova Revista Manchete

Apaixonado pelo impresso e conectado com as modernidades do segmento digital, o novo editor da Manchete traz de volta ao cenário da comunicação essa marca de muitas décadas de história e relevância social, política e econômica. Permanecem na publicação as características do fotojornalismo, dos importantes colunistas, da informação geral, com assuntos voltados à gastronomia, cultura, política, entrevistas, turismo, saúde e muito mais. A nova Revista Manchete agora será no formato multiplataforma, no conceito 360 °. Todo o conteúdo estará disponível no YouTube, nas redes sociais, além do site e da revista impressa bimestralmente em tamanho tradicional. O conteúdo poderá ser lido ou assistido, inclusive pela TV Max.

logo Manchete

arcos Salles

“O Rio de Janeiro está carente de publicações que defendam nosso estado, que mostrem as coisas boas, que não só apontem os problemas, mas propicie espaços de discussões positivas sobre os melhores caminhos de reconstrução. Este será um espaço onde terão voz, aqueles

Carioca, casado, pai de uma filha, nascido em 1966, Marcos Salles, 59, trabalha no setor de comunicação desde os 20 anos de idade, onde começou como promotor de vendas em uma das empresas do Grupo Abril, a Distribuidora Primavera. A função era decorar bancas com os materiais promocionais tais como cartaz de banca, reprint de capa, móbiles e outros. De cuidar de bancas no Rio, passou a cuidar de distribuidores regionais em todo o Brasil com a transferência para SP. Isso foi apenas o começo, pois estando lá, foi migrando e evoluindo por diversas empresas de comunicação. Passou por distribuição, circulação, edição e preparação de publicações. Ainda muito novo, com apenas 28 anos, voltou ao Rio e atingiu sua primeira diretoria na Bloch Editores, lugar onde se apaixonou pelo jornalismo quando conheceu as grandes redações, os estúdios de rádio e televisão.

Marcos Salles

Aquilo era um novo mundo a ser desbravado. No ano 2004 retornava a SP para novas experiências como empresário e executivo de outras empresas de comunicação, dessa vez foi conhecer o mundo industrial, e virou CEO da Gráfica Oceano entre outras do setor.

Essa experiência o credenciou para assumir a Diretoria de Operações do Jornal Diário de SP. Com experiência em todas as áreas do setor e com o nome conceituado, volta ao Rio, assume a presidência do jornal O Dia, em um momento de quase falência, e coloca esse matutino novamente nos trilhos. Por fim, em 31 de dezembro de 2024, deixa o jornal Correio da Manhã para assumir o grande desafio da carreira que é relançar este ícone do mercado, a Revista Manchete.