‘Das Cinzas ao Ouro’ chega ao Rio de Janeiro no mês de celebração ao Dia da Criança Africana

Marie Antoinette, empresária multifacetada, de origem guineense e cabo-verdiana, de nacionalidade suíça, apresenta sua obra que será lançada no Brasil no Rio de Janeiro no MUHCAB- Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira no dia 13 de junho às 11 horas na sala Carolina de Jesus e na Bienal do Livro no Espaço da Secretaria da Educação no dia 14 de junho às 11h30.

Durante agenda que visa conscientizar sobre a necessidade urgente de proteger crianças contra todas as formas de violência, a autora Marie Antoinette, que viveu inúmeras violências e negligências durante sua infância que tiveram consequências na fase adulta, chama atenção para esse tema em sua autobiografia “Das Cinzas ao Ouro”.

A data, Dia da Criança Africana que acontece em 16 de junho , também é um importante marco na luta por uma educação de qualidade que respeite a cultura, a origem e as histórias de todas as crianças, especialmente as africanas. Para a autora poliglota, mãe solo e atípica, a chave de sua emancipação foi a educação que ela teve que brigar para acessar e assim sair do terror vivenciado ainda quando era criança, ponderando o quanto pode ser difícil ser menina em alguns contextos, famílias e sociedades.

A autobiografia destaca sua trajetória, desde uma infância desafiadora até sua ascensão como uma referência internacional no mundo dos negócios, especialmente no setor de mineração. A autora aborda temas como liberdade econômica e geográfica, além de refletir sobre as várias faces da resiliência feminina que começa na infância.

 

 

Grupo Nefroclínicas inaugura nova unidade no Shopping da Gávea

Com a nova clínica, rede amplia o acesso ao tratamento renal no Rio de Janeiro

O Grupo NefroClínicas acaba de inaugurar sua nova clínica de nefrologia, localizada na Gávea, no coração da Zona Sul do Rio de Janeiro. A unidade está localizada dentro do Shopping da Gávea e já começou a atender pacientes com doenças renais crônicas, oferecendo infraestrutura moderna e atendimento especializado.

Com a nova unidade, a rede reforça seu compromisso de facilitar o acesso ao tratamento para doenças renais em diferentes regiões do Brasil.

A equipe da Revista Manchete, com o Giro Rio 360°, acompanhou o coquetel de inauguração da clínica, promovido na última quinta-feira (05). Nossa equipe conversou com o presidente do conselho do Grupo Nefroclínicas, Daniel Calazans, além do cirurgião vascular Dr. Guilherme Farme, e o Diretor Regional de Hospitais e Oncologia da Rede Américas, Nélisson do Espírito Santo.

“Nosso foco é tratar pessoas com problemas renais. E mais do que tratar apenas a doença, nosso foco é cuidar das pessoas e dar o melhor atendimento humanizado”, declarou Calazans.

 

Maratona do Rio: Está chegando o maior festival de corridas da América Latina

Com o lema “O Brasil corre para o Rio”, maratona conta com 85% de corredores de fora do Rio de Janeiro.

A Revista Manchete entra no clima da Maratona do Rio.

A organização do festival promoveu um encontro com profissionais de imprensa, na última quarta-feira (4), para apresentar todos os detalhes da corrida, que acontece entre os dias 19 e 22 de junho, com quatro percursos diferentes. As corridas são de 5km, 10km, 21km e 42 km, tendo largadas e chegadas sempre no Aterro do Flamengo, com exceção da prova da meia maratona, que terá largada na Praia do Leblon. Com cerca de 60 mil corredores, atingindo um recorde de inscritos, a Maratona do Rio é considerada o maior festival de corridas de toda a América Latina.

O Brasil corre para o Rio

O número de inscritos oriundos de fora da cidade maravilhosa corrobora com o lema estabelecido pela organização da maratona, denominado “O Brasil corre para o Rio”, com cerca de 85% de inscritos oriundos de outras cidades do país. Um exemplo cristalino disso, comprovado através dos números divulgados durante a apresentação, é que corredores vindos de cidades do estado de Minas Gerais estão no top 3 na lista de inscritos. Minas é o terceiro estado com o maior número de competidores no festival, com 13,5% de mineiros. São Paulo conta com 32%, e a presença de cariocas corredores corresponde a 19%.
As inscrições para a Maratona do Rio já estão encerradas. O primeiro percurso, de 5km, acontece no dia 19 de junho. No dia 20, ocorre a prova de 10km, com a meia maratona no dia 21, e o encerramento no dia 22 com a maratona de 42km.

•Calendário | Maratona do Rio

Prova 5km

Data: 19/06/2025
Largada: Aterro do Flamengo, altura da Marina da Glória
Chegada: Aterro do Flamengo, altura da Marina da Glória
Horário de largada: 16h (Brasília)
Tempo limite de prova: 90 minutos

Prova 10km

Data: 20/06/2025
Largada: Aterro do Flamengo, altura da Marina da Glória
Chegada: Aterro do Flamengo, altura da Marina da Glória
Horário de largada: 7h (Brasília)
Tempo limite de prova: 90 minutos

Prova 21km

Data: 21/06/2025
Largada: Praia do Leblon
Chegada: Aterro do Flamengo, altura da Marina da Glória
Horário de largada: 6h (Brasília)
Tempo limite de prova: 3h

Prova 42 km

Data: 22/06/2025
Largada: Aterro do Flamengo, altura da Marina da Glória
Chegada: Aterro do Flamengo, altura da Marina da Glória
Horário de largada: 5h (Brasília)
Tempo limite de prova: 6h

 

 

 

 

 

O tradicional Clube do Feijão Amigo, fundado há 45 anos e hoje presente em mais de 30 países, reuniu personalidades de destaque nos segmentos turístico, político e empresarial, durante almoço no Pareo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Entre os homenageados, o Secretário de Estado de Turismo Gustavo Tutuca recebeu da Confraria uma placa de reconhecimento pelo seu trabalho.

Marcos Salles, Sandro Fernandes, Gustavo Tutuca e Ramiro Fidalgo.
Gustavo Tutuca e Wagner Victer
Fábio Serrão, Sérgio Ricardo, Wallerson Scherrer e Nilo Sergio Felix

A associação que reúne os principais nomes do trade turístico no Brasil e no exterior promoveu seu encontro regional deste ano no restaurante Páreo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no dia 29 de abril. Capitaneado pelo presidente da confraria no Rio, o decano do turismo brasileiro Nilo Sérgio Félix, o almoço reuniu cerca de 180 pessoas, divididas entres os setores turístico, político e empresarial da sociedade carioca e fluminense. Entre elas, o secretário de Estado de Turismo Gustavo Tutuca, um dos homenageados de destaque no evento por seus relevantes serviços prestados ao turismo fluminense. Além de Tutuca, também foram homenageados o presidente da TurisRio, Sérgio Ricardo de Almeida, o líder da hotelaria carioca, Alfredo Lopes, entre outras personalidades.

Alfredo Lopes, Sophie Barbara e Netto Moreira

Nilo Félix, na condição de presidente da organização no Rio, também fez uma saudosa referência ao amigo e fundador da confraria, o empresário Michel Tuma Ness, mais conhecido como Michelão, que faleceu aos 81 anos. “Um ícone do turismo brasileiro. O saudoso Michelão permanece. Ele deixou esse legado. Então nós estamos aqui com as principais lideranças do setor. Homenageamos algumas pessoas na certeza de que o Feijão Amigo é uma coisa fraterna”, afirmou.
O empresário Alexandre Tuma Ness, herdeiro do fundador, também marcou presença no encontro, comandando a já tradicional “Mortadela do Michelão”, marca registrada nos encontros da organização e em diversos eventos de turismo.

O secretário de Estado de Turismo Gustavo Tutuca e sua esposa Andrezza Borges posam com o avental produzido especialmente para o evento

“Feliz de estar aqui no Clube do Feijão Amigo, que é uma entidade que representa e homenageia tantas pessoas importantes do turismo, especialmente neste momento em que o Rio de Janeiro tem retomado seu protagonismo no turismo internacional. A gente tem o apoio do governador Cláudio Castro, com todo o investimento necessário para isso, e que entendeu de fato a importância do turismo para a economia do Rio.”

Gustavo Tutuca, secretário de Estado de Turismo

 

“Esse encontro não poderia ser em um momento melhor. E fazemos uma homenagem ao secretário Gustavo Tutuca, que está realizando um trabalho espetacular à frente da secretaria de Turismo do Estado”, enfatizou Nilo Félix. Já o homenageado Gustavo Tutuca externou sua felicidade pelo reconhecimento de seu trabalho no comando das políticas públicas de turismo no Rio.

Nilo Félix, na condição de presidente da organização no Rio, também fez uma saudosa referência ao amigo e fundador da confraria, o empresário Michel Tuma Ness, mais conhecido como Michelão, que faleceu aos 81 anos. “Um ícone do turismo brasileiro. O saudoso Michelão permanece. Ele deixou esse legado. Então nós estamos aqui com as principais lideranças do setor. Homenageamos algumas pessoas na certeza de que o Feijão Amigo é uma coisa fraterna”, afirmou.

 

O saboroso feijão amigo ganha mais uma tradição: a mortadela do Michelão, oferecida por Alexandre Tuma Ness
O brinde de Michel Couto, CEO do Grand Cru Copacabana – um dos patrocinadores do evento

 

O empresário Alexandre Tuma Ness, herdeiro do fundador, também marcou presença no encontro, comandando a já tradicional “Mortadela do Michelão”, marca registrada nos encontros da organização e em diversos eventos de turismo.

“A gente fica muito feliz de saber que o Rio de Janeiro sempre foi uma liderança do Clube do Feijão Amigo, fundado há 45 anos pelo meu pai. O Clube já percorreu os 27 estados do Brasil. Mas o Rio sempre foi a liderança do Clube, divulgando políticas públicas para o turismo.”

Alexandre Tuma Ness, empresário

CONFRARIA SURGIU NA DÉCADA DE 1980

Ocupando a posição de vanguarda na divulgação do turismo, da cultura e da gastronomia do Brasil, o Clube do Feijão Amigo foi criado no ano de 1980, há 45 anos, pelo empresário Michel Tuma Ness, mais conhecido como Michelão, figura amplamente reconhecida como ícone do turismo brasileiro, e que presidiu a Federação Nacional de Turismo (Fenactur).

O propósito de criação do Clube do Feijão Amigo foi incentivar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao setor turístico em todo o território nacional e que pudessem ser divulgadas com o símbolo da gastronomia brasileira: o feijão!

Formada majoritariamente por empresários e líderes, a confraria está presente em todo o território nacional, nos 27 estados da federação, mais Fernando de Noronha, além de 30 países, sendo responsável por centenas de homenagens a diversas personalidades da vida pública, incluindo presidentes, governadores e prefeitos de todo o Brasil.

Nilo Félix assumiu a presidência da organização no Rio de Janeiro em 1990, a convite do presidente nacional Michelão e de Aldo Siviero, que ocupava o cargo de diretor da Varig. Na mesma época, uma comissão da confraria foi formalizada e composta por Aldinho Júnior, Luiz Antônio Kallut e Sergio Cinelli.

O crescimento das atividades do grupo era notório. Fruto da paixão de seus dirigentes e associados, uma legião gigantesca de apaixonados pelo Clube, que realizou cinco grandes encontros durante o ano. Algo que inevitavelmente despertou a atenção das grandes empresas para que patrocinassem os eventos. O Banco Nacional, por exemplo, durante a realização do congresso da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), em Fortaleza, lançou o cartão de crédito bandeira Visa do Clube do Feijão Amigo. Um salto monumental da organização que cresceu de forma significativa, impactando positivamente o turismo nacional e internacional, empunhando a bandeira de nosso país pelo mundo inteiro.

Carlos Martins é jornalista e comunicador de rádio e televisão

Fotos: Isabela Salles e Fred Pontes

TERESÓPOLIS: ENCANTOS E CURIOSIDADES DA CIDADE DE TERESA

O município localizado na Região Serrana do Rio de Janeiro é amplamente reconhecido por suas belezas naturais e pelo clima ameno. Mas também reserva lugar para a alta gastronomia, além das curiosidades que enaltecem tradições e a pujança turística perante seus moradores e visitantes.

Acima, a vista da Serra dos Órgãos e, ao fundo, o pico Dedo de Deus. Nesta foto, o trecho da nascente do Rio Paquequer, que atravessa a cidade de Teresópolis

Teresópolis, ou simplesmente Terê. A antiga freguesia integrante do município de Magé conquistou sua emancipação político-administrativa há 133 anos, em 6 de julho de 1891. A cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro conta com uma altitude média de 871 metros e tem o turismo como vocação natural, sendo seu eixo de desenvolvimento econômico. Uma verdadeira potência da serra fluminense.

Um dos principais destinos de turismo de fim de semana no inverno, Teresópolis está a cerca de 90 km do Rio de Janeiro

De acordo com os dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022, Teresópolis possui cerca de 165.123 habitantes que ocupam uma área de pouco mais de 770 km². Logo quando se chega ao município, uma oportunidade singular: a contemplação da vista de um dos berços do montanhismo brasileiro, o Dedo de Deus, situado na Serra dos Órgãos – uma das principais referências turísticas da região.

Do outro lado, mais uma parada obrigatória. O Mirante do Soberbo, um complemento extraordinário da receptividade. E bem ao lado, a figura de Teresa. Um monumento exclusivamente dedicado em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, que nasceu em 14 de março de 1822, na cidade italiana de Nápoles, e que foi casada com o imperador Dom Pedro II. A imperatriz era apaixonada pela região de Teresópolis, muito especialmente pelos encantos próprios da exuberância local e pela temperatura agradável, características predominantes de Terê. O nome Teresópolis significa Cidade de Teresa, uma homenagem prestada à imperatriz que passava longos períodos na localidade, ao lado do marido. Quem chega à cidade, assim como Teresa chegou, encanta-se pelas belezas naturais dessa terra, que agora será apresentada em detalhes. Sabendo que Terê é como um coração de mãe, sempre cabe mais um (e até mais uns).

PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ÓRGÃOS
Criado em 30 de novembro de 1939, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) proporciona uma vista encantadora a todos que visitam a unidade de conservação que contém 2.024 hectares protegidos, abrangendo os municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim, sendo o terceiro Parque Nacional do Brasil, contando com uma rica biodiversidade.
Unidade Federal de Proteção Integral, a área está subordinada ao Instituto Chico Mendes (ICMbio) e se credencia por possuir a maior rede de trilhas do Brasil, com mais de 200 km. É o espaço ideal para os aventureiros e apaixonados por esportes de montanha, como rapel, escalada e caminhada, além das extraordinárias cachoeiras que atraem seus visitantes.
De acordo com o ICMbio, o parque contém mais de 2.800 espécies de plantas, cerca de 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis. É aberto diariamente para visitações gratuitas, além de possuir um sistema de agendamento para camping.

FONTE JUDITH
A Fonte Judith foi criada em 1920, revitalizada em 1967 e fica localizada no bairro do Alto. É considerada um ótimo ponto para reenergizar e se conectar com a natureza por meio da água cristalina da fonte revestida com azulejos portugueses de Jorge Colaço. O local recebeu esse nome devido a uma jovem, cuja família tinha casa de veraneio na região, e que após tentar diversos tratamentos em vão teria sido curada de uma doença estomacal depois de tomar a água da fonte. Análises posteriores revelaram que a água tem um componente químico chamado radônio, que ajudou na cura da menina Judith. Além disso, é umas das 12 fontes de água natural da cidade de Teresópolis.

FEIRINHA DO ALTO
A Feirinha do Alto é o maior atrativo turístico de Teresópolis. É a segunda maior feira artesanal ao ar livre do país e conta com mais de 600 estandes, entre roupas, brinquedos, artesanato e alimentação. O atrativo fica localizado no bairro do Alto, a cinco minutos da entrada da cidade, mais precisamente na Praça Higino da Silveira. A feira ocorre sempre aos sábados, domingos e feriados nacionais prolongados, das 10 às 18 horas.

GRANJA COMARY E CBF
Granja Comary é o nome pelo qual é conhecido o bairro Carlos Guinle, que abriga a sede da Seleção Brasileira de futebol. É o local de concentração da Seleção, além de centro de treinamento de outras categorias patrocinadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A sede conta com mais de 150 mil m2 de área verde, divididos entre cinco campos, infraestrutura para atendimento aos atletas e um centro de treinamento. A Granja atrai turistas também pela bela paisagem composta pelo lago Comary (artificial), de cujas margens podem ser vistos os picos da Serra dos Órgãos, incluindo o Dedo de Deus. É um cartão postal.

Escola Ginda Bloch, um presente do fundador da Revista Manchete, Adolpho Bloch, à cidade de Teresópolis. O nome foi uma homenagem a sua mãe.

ESCOLA GINDA BLOCH: UM PRESENTE DE ADOLPHO PARA TERÊ
A Escola Municipal Ginda Bloch integra o arcabouço de curiosidades de Teresópolis. A unidade educacional teve seu projeto arquitetônico desenvolvido por Oscar Niemeyer, sendo inaugurada em 30 de abril de 1970, como um presente do jornalista e empresário Adolpho Bloch, fundador da Revista Manchete e filho de Ginda. Durante anos, o empresário colaborou de maneira significativa para a manutenção da unidade, que em 2013 foi tombada como Patrimônio Histórico e Cultural da cidade.

“Adolpho foi morador da cidade, e com isso ele contribuiu doando a escola para a prefeitura. Até hoje nossa unidade é uma referência para o município no setor de segundo segmento, que é do sexto ao nono ano. Hoje, nós contamos com 427 alunos em dois turnos. E isso foi um grande ganho para o município. Nós, inclusive, temos um contato direto com o Instituto Niemeyer, que prevê uma estrutura de reforma e ampliação, a qual estamos aguardando com muita ansiedade.”

Edna Bussinger, diretora e professora da Escola Ginda Bloch.

CIRCUITO GASTRONÔMICO

A gastronomia de Teresópolis possui uma reconhecida influência europeia, com a presença de diversos restaurantes de culinária alemã, suíça e italiana, o que denota o processo de colonização da região. As cervejas artesanais também são partícipes do requinte gastronômico. A cidade abriga cervejarias que oferecem diversos tours e degustações. O clima de montanha também evidencia uma boa pedida de pratos quentes, como fondue e receitas com truta, peixe típico da região.

O restaurante Viva Itália é um dos exemplos de sofisticação da culinária italiana, com variedades de pratos, além de cafeteria, sorveteria, delicatessen e área de lazer em um clima extremamente agradável. O consultor de negócios gastronômicos Roberto Miralha enalteceu o trade local.

“Eu acredito que o polo gastronômico, ou seja, o trade gastronômico da cidade, realmente é muito favorável. Hoje nós temos empresários que investem muito na cidade. Apostam e acreditam em equipamentos turísticos como esse (Viva Itália), por exemplo. Então, não só posso falar nomes como Viva Itália, mas também irão nascer vários outros. É uma comunidade muito forte. São pessoas que não trocam Teresópolis por nada e trabalham aqui, vivem aqui, criam seus filhos aqui pela segurança e por esse climinha gostoso que é uma delícia também. Mas, realmente, o polo gastronômico é top. É o ápice daqui”, declarou.

Quando falamos de culinária alemã, o restaurante Taberna Alpina é referência absoluta. Com 70 anos de tradição, o prato mais tradicional da casa é o Filet à Madame Butterfly.

Aconchego e tradição do Taberna Alpina. Destaque para o prato mais requisitado: o Filé à Madame Butterfly

“São 70 anos de tradição aqui na cidade de Teresópolis. E a Dona Erna, que fundou o restaurante, trouxe toda essa história para cá, vinda da Alemanha, e estamos dando continuidade. Espero que por mais 70 anos. O Filet Madame Butterfly é um prato que não é muito encontrado por aí. Ele é original da Suíça e foi trazido na década de 70. É um dos pratos que mais vende aqui na casa”, detalhou a sócia do Taberna Alpina, Priscila Medeiros.

Embora a culinária europeia seja a mola propulsora da gastronomia local, a cidade propicia uma diversidade de gostos e opções no setor. Há espaço para todos que prezam por bom gosto, qualidade e sofisticação para além dos pratos predominantemente europeus. O restaurante Sinhá é uma comprovação desse conceito, prezando pela gastronomia do interior e por pratos tipicamente mineiros.

“Na verdade, nós buscamos exatamente voltar ao passado para que tivéssemos essa experiência de como era viver em Teresópolis anos atrás. Nós viemos muito para essa parte rural da cidade. Então, tivemos a grande ideia de ser uma referência turística da área rural de Teresópolis, mesmo em meio a prédios e estando dentro da cidade. E a ideia foi criar esse cenário de aconchego, de como era viver sem a tecnologia, sem esse tanto de informações que temos hoje”, disse Ariane Oliveira, proprietária do restaurante.

Os atores Henrique Silva e Estefane Lucas, que interpretam o engenheiro André Rebouças e a imperatriz Teresa Cristina nos tradicionais jantares temáticos no Restaurante Donna Tê

 

Vania Baddini, proprietária do restaurante Donna Tê, é uma especialista quando se fala em gastronomia na cidade de Teresópolis, já que acumula a experiência de ter sido presidente do polo gastronômico durante 12 anos A empresária detalhou como se deu todo o conceito do circuito gastronômico local e o motivo da sua fama na região.

“O Viva Itália é uma gastronomia especial, realmente parece que você está na Itália. Ainda nesse circuito, temos o Sinhá, um restaurante temático. A cenografia te leva à roça e toda a culinária é voltada para o campo, incluindo os doces do interior. O Taberna Alpina é impossível não conhecer. Todos que vêm para Teresópolis desde criança possuem uma memória afetiva enorme desse restaurante. E descendo para o Centro, tem o Donna Tê, que é um restaurante também temático e cultural, que conta a história da imperatriz Teresa Cristina com os atores interpretando a imperatriz e o engenheiro e abolicionista André Rebouças”, pontuou Vania, detalhando o percurso da gastronomia teresopolitana.

As delícias mineiras são o carro-chefe do Restaurante Sinhá, que conta com um espaço cenográfico remetendo às tradições do interior
Vila St. Gallen, um espaço destinado aos amantes da cervejaria de Terê

 

MARIA TORTA: A MAIS TRADICIONAL DOCERIA DE TERESÓPOLIS

D epois da refeição, a boa pedida é sempre uma sobremesa, claro. A doceria Maria Torta é a mais tradicional de Teresópolis. Criada há 42 anos, a empresária Cláudia Raposo pontuou o diferencial da doceria, além de destacar o doce predileto da maioria dos clientes: o tradicional mil-folhas de chocolate, carro-chefe da Maria Torta.

“Nós somos uma empresa familiar. Há quase 43 anos que a Maria Torta nasceu, enquanto eu estava grávida de gêmeos. E aí construímos uma empresa muito em torno da família. Tanto é que os nossos funcionários são muito antigos. As receitas são do meu marido, da família dele. E preservamos muito essa questão da tradição. Como estamos há muitos anos aqui, nós temos receitas clássicas, a exemplo do mil-folhas, que é uma tradição da Maria Torta, e a nossa coxinha, que fazem parte de memórias afetivas dos nossos clientes que visitam e que enxergam a Maria Torta como uma grande sala de estar de Teresópolis”, declarou Cláudia.

A cidade de Teresópolis é uma boa rota para quem quer vestir casaco, luvas, cachecol e passear em meio à natureza. Durante a alta temporada, especialmente no inverno, Terê atrai turistas em busca de experiências sofisticadas e personalizadas, o que favorece sua rede hoteleira. Inclusive, é recomendável que, durante esse período, as reservas sejam realizadas com antecedência, por conta da altíssima demanda. Além disso, muitos hotéis oferecem pacotes especiais para famílias, casais e grupos, incluindo passeios, atividades ao ar livre e gastronomia elevada.
Seja na disputadíssima alta temporada, ou até mesmo em outras épocas do ano, Teresópolis é sempre um ponto de encontro para quem gosta de viajar aos fins de semana. É pura efervescência! Fonte de orgulho e inspiração, não apenas para os seus moradores, mas também para quem já abraçou a cidade como sua. Viva Terê!

Carlos Martins é jornalista e comunicador de rádio e televisão

Cana, branquinha, mé, pinga, marvada – ou simplesmente cachaça. São tantos nomes! Feita a partir do caldo de cana, tornou-se tão popular a ponto de ser referência de bebida destilada brasileira. Integrante do imaginário afetivo de milhares de pessoas, a cachaça está presente em diferentes regiões e classes sociais do país. E o estado do Rio de Janeiro ocupa seu lugar de relevância na produção da bebida, especialmente no município de Quissamã, na região Norte Fluminense.

Cachaça, a bebida destilada brasileira

Considerada até “um santo remédio” pela crendice popular, existem mais de 10 mil marcas brasileiras de cachaça. O estado do Rio de Janeiro, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, ocupa a terceira colocação em marcas registradas e produtos da bebida, atrás apenas dos estados de Minas Gerais e São Paulo. Partindo dessa premissa, a Revista Manchete foi ao Engenho São Miguel para mergulhar nos alambiques e desvendar os mistérios dessa bebida que frequenta desde botecos a restaurantes luxuosos. Potência quando o assunto é produção de cachaça, o município de Quissamã, na região Norte Fluminense do estado, é o local onde se encontra a Cachaça Sete Engenhos, marca consolidada no mercado por sua credibilidade no segmento de bebidas.

“Quissamã tem uma tradição muito grande em produzir cana, açúcar e cachaça. E a cidade viu seu apogeu a partir da fundação do primeiro engenho central do país. Ao longo dos anos, a nossa família se dedicou aqui à produção de cana, açúcar e cachaça”, declarou Haroldo Carneiro, proprietário do Engenho São Miguel. 

Segundo Haroldo, o conceito inicial para uma produção adequada de cachaça passa por uma boa e indispensável qualidade da cana.

“A primeira coisa é ter uma boa matéria-prima, uma boa qualidade de cana. Aqui no Engenho São Miguel, toda a nossa cana é produzida de forma orgânica. A gente não usa qualquer produto químico. Ela é colhida sem queimadas e feita toda a higienização necessária. E aqui começamos o processo a partir de uma boa matéria-prima. O segredo também é ter uma fermentação muito bem-feita, livre de qualquer impureza.”

Haroldo Carneiro, proprietário do Engenho São Miguel

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

A preocupação com a sustentabilidade é um processo incontestável no desenvolvimento da cachaça no Engenho São Miguel. Desde a produção da cana orgânica até o reaproveitamento de todos os produtos da fábrica, o objetivo é manter um bom equilíbrio com o meio ambiente, seguindo o princípio de que nada se perde. Tudo se transforma em gigantescas potencialidades no âmbito das etapas de produção.

O ambiente da fermentação é exatamente o que chamamos de dornas de fermentação. Aqui, quando o caldo da cana é esmagado na moenda, é transferido para cá e iniciamos todo o processo, em que as leveduras são as nossas grandes contribuidoras, usando a cachaça e transformando todo o açúcar que existe no caldo de cana em álcool. Esse processo demora em torno de 24 horas. Nós também temos a oportunidade de separar o início da destilação do final, chamado de cabeça e cauda, que possuem álcoois que não são desejáveis e que usamos para a produção do etanol. Mais uma prática sustentável aqui dentro da nossa fábrica. Então, não utilizamos a cabeça e a cauda na cachaça, e sim para a produção de etanol”, explicou Haroldo.

DO SINGELO AO SOFISTICADO

Durante a conversa com a Revista Manchete, Haroldo Carneiro também citou o aspecto da adesão da cachaça por diferentes classes sociais, passando pelos espaços mais singelos e chegando aos ambientes requintados da sociedade.

“Há algumas décadas, a cachaça era considerada uma bebida de periferia. Ela ainda hoje continua sendo muito consumida nesses pontos mais isolados. Mas ela também adentrou nos melhores bares e restaurantes das capitais brasileiras, como São Paulo e Rio. Você vai lá na Dias Ferreira, na Barão da Torre, em qualquer lugar que tem um restaurante de altíssimo nível, e observa que todos eles hoje possuem uma carta de coquetelaria com cachaça. Então, a gente percebe que já está sendo muito apreciada em todos os níveis sociais”, disse.

ATUAÇÃO COM A CLIENTELA E TRABALHO DE EXPORTAÇÃO

Atuando perante mais de duzentos clientes no Rio de Janeiro, e com trabalho consolidado no exterior, Alexandre Carneiro, analista de resultados do Engenho São Miguel, detalhou como as ações com a clientela são realizadas:

“Hoje nós temos no Rio um embaixador, que é o Pedro Barros, e ele é o responsável por estar de bar em bar visitando os clientes e também abrindo possibilidades com clientes novos. E aqui no Engenho, fazemos todo o acompanhamento dos pedidos e podemos ver a média que o cliente costuma solicitar e conferir para ver se, de repente, já passou do tempo que ele deveria fazer uma segunda solicitação. Acompanhamos tudo rigorosamente”, disse.

O relacionamento estabelecido com o trabalho de exportação da Cachaça Sete Engenhos para mais de 15 países foi destacado pela gerente administrativa Mayara Matos.

“Apesar de ser uma cachaça do interior, uma empresa pequena e de gestão familiar, é muito interessante vermos que a cachaça daqui de Quissamã está presente em diversos países. O processo é um pouco burocrático, diferente do que a gente faz para a venda dentro do Brasil, contando com uma série de documentos. Você tem que ter um agente aduaneiro para auxiliar nesse processo, pois se trata de uma burocracia maior. No entanto, também nos dá um resultado muito melhor.”

Mayara Matos, gerente administrativa da Cachaça 7 Engenhos

A CACHAÇA MANCHETE

Uma das especialidades da Cachaça Sete Engenhos é o desenvolvimento de rótulos personalizados, começando pela Cachaça Sete Engenhos Imperial. A empresa produziu o blend exclusivo em comemoração aos 450 anos do Rio de Janeiro, lançado por ocasião das festividades na Cidade Maravilhosa, além dos rótulos destinados ao Copacabana Palace e Cristo Redentor, que credenciou a Sete Engenhos como o único destilado no mundo inteiro a possuir chancela para utilizar a imagem do monumento.

Uma das especialidades da Cachaça Sete Engenhos é o desenvolvimento de rótulos personalizados, começando pela Cachaça Sete Engenhos Imperial. A empresa produziu o blend exclusivo em comemoração aos 450 anos do Rio de Janeiro, lançado por ocasião das festividades na Cidade Maravilhosa, além dos rótulos destinados ao Copacabana Palace e Cristo Redentor, que credenciou a Sete Engenhos como o único destilado no mundo inteiro a possuir chancela para utilizar a imagem do monumento.

“É um rótulo feito com muito carinho. E nós, que somos da época da Revista Manchete, ficamos muito orgulhosos em poder produzir mais esse rótulo e com ainda mais qualidade. Estamos felizes em juntar a nossa marca a uma outra marca que é tão tradicional, como a Manchete.

Haroldo Carneiro, proprietário do Engenho São Miguel

A HISTÓRIA DO ENGENHO SÃO MIGUEL

O Engenho São Miguel possui quatrocentos anos de atuação no manejo da cana de açúcar, associando credibilidade, produção sustentável e tecnologia de ponta. Tradição, qualidade e sustentabilidade são os princípios que norteiam a atuação da família de Haroldo Carneiro (fundador da Sete Engenhos) e seguidos à risca até os dias atuais.

Alambique da Cachaça Sete Engenhos

A história do Engenho São Miguel está absolutamente entrelaçada com a história do Brasil. Os antepassados de Haroldo participaram diretamente da fundação do Rio de Janeiro, ao lado de Estácio de Sá. Posteriormente, na Ilha dos Sete Engenhos (atual Ilha do Governador), passaram a se debruçar na produção de cana, cachaça e açúcar.

No ano de 1661, José de Barcelos Machado, também ancestral de Haroldo Carneiro, participou da Revolta da Cachaça. Já no final do século XVII, a família Barcelos decidiu trocar a Ilha dos Sete Engenhos pelas terras de Quissamã, na região Norte do Rio. 

Manoel Carneiro da Silva, fundador do primeiro engenho de Quissamã, por volta de 1770, se casou com Ana Barcelos Coutinho, uma das herdeiras da família Barcelos.

Entrada da fazenda São Miguel

ASCENSÃO DE QUISSAMàNA PRODUÇÃO AÇUCAREIRA

Com a chegada de D. João VI ao Rio de Janeiro em 1808, o município de Quissamã passou a vivenciar seu momento de glória com o crescimento da produção açucareira. Em 1858, os herdeiros de Manoel Carneiro da Silva fundaram sete engenhos de açúcar e cachaça, entre eles o Engenho São Miguel, em 1858. Já em 1877, foi estabelecida a unificação dos sete engenhos, consolidando o Engenho Central de Quissamã, sendo o primeiro de toda a América Latina.

Com o passar do tempos, já nos anos 2000, o Engenho Central de Quissamã foi impactado pela crise na produção canavieira, obrigando-o a interromper suas atividades e, por consequência, a fechar suas portas.

Sala de armazenamento e envelhecimento da cachaça

A partir de 2010, Haroldo Carneiro reabriu suas portas. Uma das primeiras iniciativas na reabertura foi a implementação de novos formatos e de técnicas atualizadas na produção e no manejo de cana, zelando permanentemente pelas práticas de sustentabilidade no engenho.

Nos anos seguintes, marcos significativos se somaram à trajetória da Sete Engenhos. A medalha de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas pelo tradicional blend com a variante Cerejeira, a modificação da identidade visual e a mudança definitiva de nome, passando de Cachaças São Miguel para Sete Engenhos, entre tantos outros avanços, credenciaram a marca como uma das mais bem posicionadas no mercado de bebidas.